Foto reproduzida do Facebook/Gilson Sousa e postada pelo blog para ilustrar o presente artigo
Texto Publicado originalmente no site Alô News, em 7 de janeiro de 2019
Por Ivan Valença (Coluna Ponto de Vista/Alô News)
Esta é a primeira coluna deste ano novo de 2019. Eu mesmo me dei férias nos últimos oito dias e só agora estou me voltando para o teclado do computador com vistas a preparar novas colunas para este site. Em verdade, é uma obrigação que muito me satisfaz. Obrigação ou tarefa? As duas coisas.
Neste primeiro trabalho de 2019, deixe-me relembrar de alguns “anos novos” do passado. De alguns me recorde particularmente bem pelo que ele representou para todos nós, brasileiros e sergipanos. Foi o caso de 1955 quando completei onze anos de idade. Morava então na rua de Laranjeiras, 487, trecho entre as ruas Capela e Santo Amaro. Nos últimos dias do ano anterior, chegou-nos a notícia de que o casarão em frente a nossa casa tinha sido vendida a uma empresa de cinema de Salvador que pretendia construir ali um Cinema. Poucas vezes na vida fiquei tão contente. É que, já àquela época, nutria uma formidável admiração pela arte inventada pelos irmãos Lumiere e transformada em Arte pelo gênio inimitável de Charles Chaplin.
Então eu iria morar em frente a um cinema? Seria verdade. E foi. No final do ano de 1955, o ano do centenário da cidade, aquele trecho da rua de Laranjeiras foi interditado aos carros porque o Governador Leandro Maciel viria para a primeira exibição oficial do Cinema Aracaju. No dia seguinte, a cidade ganhava um outro cinema, o Palace, este muito mais moderno e elegante – tinha até ar condicionado. O Cinema Aracaju tinha um ar retrô: o salão de projeção tinha quatro portas laterais e dois janelões que precisavam ser fechado se as projeções fossem vespertinas. Também tinham que ser fechadas rapidamente se o tempo mudasse e passasse a chover.
A cabina de projeção tinha janelões que abriam para a rua de Laranjeiras, mas mesmo assim era muito quente. Ela ficava no “poleiro” como os guris da época chamavam primeiro andar do cinema. Abaixo da sala de projeção ficava a direção e administração do Cinema Aracaju. A geral era pequena, mesmo para os padrões locais mas era o local preferido pelos namorados. Ali, a gurizada também gostava de frequentar só para flagrar casais de namorados se abraçando e se beijando.
Pois é, ano novo me lembra muito essas coisas, assim como a Procissão de Bom Jesus dos Navegantes pelo estuário do Rio Sergipe. Em algum outro dia, voltarei a esse ponto de vista.
Texto reproduzido do site: alonews.com.br

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