domingo, 17 de agosto de 2025

Terence Stamp, ator vilão de 'Superman', morre aos 87 anos

Legenda da foto: Ator Terence Stamp, que morreu aos 87 anos em 17 de agosto de 2025. Foto de 2008. — (Crédito da foto: REUTERS/Mario Anzuoni/File Photo)

Publicação compartilhada do site G1 GLOBO, de 17 de agosto de 2025 

Terence Stamp, ator vilão de 'Superman', morre aos 87 anos

Família confirmou morte do ator neste domingo (17) do ator, que foi indicado ao Oscar, ganhou Globo de Ouro ficou conhecido por ter interpretado o General Zod em dois filmes.

Por Redação g1

Terence Stamp, que se consagrou como ator na Londres dos anos 1960 e ficou conhecido por interpretar o vilão General Zod nos sucessos de Hollywood “Superman” e “Superman II”, morreu aos 87 anos neste domingo (17), informou sua família.

Indicado ao Oscar e premiado em Cannes e no Globo de Ouro, o ator estrelou filmes que vão de “Teorema” (1968), de Pier Paolo Pasolini, e “Uma Estação no Inferno” (1971), até “Priscilla, a Rainha do Deserto” (1994), no qual interpretou uma mulher transgênero.

A família declarou em comunicado à agência de notícias Reuters que Stamp morreu na manhã de domingo.

“Ele deixa uma obra extraordinária, tanto como ator quanto como escritor, que continuará a emocionar e inspirar pessoas por muitos anos. (...) Pedimos privacidade neste momento de tristeza”, afirmou a família em nota.

Nascido no East End de Londres em 1938, filho de um operador de rebocador, Stamp sobreviveu aos bombardeios da Segunda Guerra Mundial antes de deixar a escola para trabalhar inicialmente em publicidade, até conquistar uma bolsa para estudar teatro.

Famoso pela beleza e pelo senso impecável de estilo, ele formou um dos casais mais glamourosos da Grã-Bretanha com Julie Christie, com quem atuou em “Longe Deste Insensato Mundo” (1967). Também namorou a modelo Jean Shrimpton e foi escolhido como musa pelo fotógrafo David Bailey.

Após não conseguir o papel de James Bond para suceder Sean Connery, atuou em produções italianas e chegou a trabalhar com Federico Fellini no fim dos anos 1960.

Ele se afastou dos holofotes por um período e foi estudar ioga na Índia, antes de conquistar seu papel mais famoso — o General Zod, líder megalomaníaco dos kryptonianos, em “Superman” (1978) e sua sequência (1980).

Stamp continuou a atuar em diversos filmes, incluindo “Operação Valquíria” (2008), com Tom Cruise, “Os Agentes do Destino” (2011), com Matt Damon, além de produções dirigidas por Tim Burton.

Texto e imagem reproduzido do site: g1 globo com

sábado, 12 de julho de 2025

Morre Jean-Claude Bernardet, crítico e referência do cinema brasileiro


Publicação compartilhada do site ITAÚ CULTURAL, de 12 de julho de 2025

Morre Jean-Claude Bernardet, crítico e referência do cinema brasileiro, aos 88 anos

Belga naturalizado brasileiro, Bernardet foi professor da USP, autor de obras essenciais sobre o cinema nacional e atuou em filmes nos últimos anos

Jean-Claude Bernardet morreu na manhã deste sábado, 12 de julho, aos 88 anos. A informação foi confirmada pela Cinemateca Brasileira, onde será realizado o velório. Figura central no pensamento sobre o cinema do Brasil, ele teve atuação marcante como ensaísta, docente, roteirista e ator, com uma trajetória que atravessou diferentes momentos da produção audiovisual no país.

Embora a causa da morte ainda não tenha sido oficialmente divulgada, Bernardet enfrentava problemas de saúde há algum tempo. Portador do vírus HIV, convivia também com um câncer de próstata reincidente, optando por não se submeter a tratamentos agressivos como quimioterapia, além de lidar com uma degeneração ocular que afetava sua visão. 

Mesmo afastado das atividades públicas nos últimos anos por razões de saúde, manteve-se ativo em projetos culturais, atuou em filmes, escreveu livros e participou de debates sobre cinema. 

Contribuição para o cinema brasileiro

Nascido em Charleroi, Bélgica, em 1936, Jean-Claude Bernardet chegou ao Brasil em 1949. Naturalizou-se brasileiro e fez de São Paulo seu principal território de atuação intelectual. Na juventude, participou ativamente do movimento cineclubista e logo se destacou como crítico de cinema,com textos no suplemento literário do Estadão, sob a orientação de Paulo Emílio Salles Gomes.

Sua primeira grande contribuição teórica veio em 1967, com o livro Brasil em tempo de cinema, no qual analisava o Cinema Novo a partir de uma perspectiva crítica e inovadora. Ao longo da carreira, publicou cerca de 25 livros, entre ensaios e obras de ficção, como Cineastas e imagens do povo, O que é cinema e Autoficções. Atuou também como roteirista e ator, colaborando com cineastas como Joaquim Pedro de Andrade, Carlos Reichenbach, Andrea Tonacci e Adirley Queirós.

Nos anos 1990 e 2000, passou a dirigir e atuar com mais frequência. Destacam-se São Paulo, sinfonia e cacofonia (1994) e, especialmente, FilmeFobia (2008), de Kiko Goifman, em que ele desconstrói a própria imagem de intelectual. Essa virada o aproximou de uma nova geração do cinema independente, que passou a vê-lo como referência. 

Professor da UnB e, mais tarde, da USP, onde se aposentou em 2004, Bernardet teve papel importante na formação de críticos e cineastas. Sua obra, marcada tanto pela consistência quanto pela disposição à mudança, transitou entre gêneros, formatos e abordagens. Seu envolvimento com o cinema brasileiro foi ao mesmo tempo reflexivo e prático, atravessando diferentes funções ao longo de mais de seis décadas.

Texto e imagem reproduzidos do site: www itaucultural org br

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Documentário de um dos maiores compositores do século XX.

Artigo compartilhado do site PLANO CRÍTICO, de 28 de julho de 2022 

Crítica | Ennio, o Maestro

Um documentário sobre a jornada de um dos maiores compositores do século XX.

Por Luiz Santiago * 

A música é uma arte poderosa. Uma das linguagens Universais mais ricas que fomos capazes de formalizar, e que faz parte de toda a nossa vida, acompanhando, moldando, marcando momentos bons e ruins da nossa existência. No cinema, a música sempre esteve presente, desde o período silencioso, com execuções ao vivo de partituras. Após a introdução formal do som, em 1927, o papel da trilha sonora se tornou cada vez mais importante em uma produção cinematográfica, e foi durante os anos 1930 que os primeiros grandiosos exemplos de composições e teorias sobre a música no cinema apareceram. Entre os anos 1930 e 1950, muitos compositores tornaram-se icônicos representantes de qualidade dramática, de sensibilidade e de criação de atmosferas para os filmes, nos mais diversos gêneros. Na década de 1960, porém, a música para cinema iria sofrer uma grande transformação, em parte por conta das mudanças históricas então em andamento; o impacto das correntes artísticas inovadoras (como os “Cinemas Novos” em diversos países) e uma visão menos engessada de se conceber a Sétima Arte. E outra parte, por conta da chegada de um jovem arranjador a este formato. Seu nome era Ennio Morricone.

O cineasta Giuseppe Tornatore — amigo e um dos companheiros de trabalho do compositor — iniciou a produção de Ennio, o Maestro em 2015, quando a principal entrevista com Morricone (então com 87 anos) começou a ser gravada. O documentário é uma homenagem à longa carreira do maestro, que conta com 528 trilhas sonoras (!) assinadas para grande e pequena tela, além de uma colossal lista de composições clássicas; dentre elas, uma ópera, uma missa, 15 concertos para piano, diversas composições para coral, peças sinfônicas e concertos de câmara (normalmente acompanhados por voz). O filme tem uma base narrativa simples e cronológica, principiando pela vida humilde da família Morricone e de como Ennio foi forçado pelo pai (trompetista de uma banda) a estudar trompete no Conservatório e seguir a carreira de músico. Há uma certa angústia nesses primeiros momentos, porque não era o que Ennio queria fazer, e depois que o pai ficou doente, ele precisou garantir o sustento da casa tocando à noite e seguir estudando durante o dia, o que fez com que perdesse o gosto pelo trompete. Isso terá, inclusive, um curioso impacto no início de sua carreira, que não contará com solos ou grande destaque para o instrumento, algo que só viria a mudar a partir de 1963, quando ele compôs a sua primeira trilha para um faroeste: Duelo no Texas, de Ricardo Blasco.

O diretor não subestima o público. As falas de Morricone sobre os detalhes musicais de sua obra são exibidas sem cortes desnecessários e não existem elementos didáticos “traduzindo” o que o maestro diz. Em vez disso, a edição alterna essas falas mostrando para o espectador as partituras e reproduzindo as cenas dos filmes ou clipes dos cantores com as faixas que receberam arranjo de Morricone. A construção da carreira do homenageado, aliás, é muito bem estruturada aqui, passando de seus primeiros anos estudando música, para a fase de composição e regência e o início de uma luta (especialmente com seu mestre Goffredo Petrassi) que duraria décadas para se dissipar: a oposição que se fazia, entre os músicos clássicos italianos, entre “compositores sérios” e “aqueles que faziam sub-música para cinema“. Morricone começou a ganhar dinheiro como compositor de arranjos para diversos cantores da TV e do rádio, e foi rápida a sua passagem para o cinema, primeiro com uma pequena orquestração para o filme A Morte de um Amigo (1960), para a qual ele não foi sequer creditado. Mas quem leva o título oficial de estreia de Morricone na composição para as telonas é O Fascista (1961), a primeira de 11 parcerias que ele realizaria com o diretor Luciano Salce.

Para acompanhar a construção e transformação de um trabalho ou estilo artístico, penso que o melhor tipo de abordagem é realmente a cronológica, pois ela nos dá a oportunidade de não apenas entender a contextualização histórica que permitiu as mudanças do artista, como também a maneira como ele foi executando e brigando por essas mudanças. O que ocorre com Morricone é que seu salto dentro da música acontece, de forma módica, antes mesmo de ele entrar para o cinema. O homem já era um bem visto e requisitado arranjador, revolucionando, no mínimo em nível continental, a forma como o acompanhamento musical era criado nas canções pop. Apenas três anos depois de sua estreia oficial como compositor cinematográfico, e já tendo passado por trabalhos de destaque como O Basilisco (de Lina Wertmüller, que infelizmente é cortada praticamente por completo do filme, com um único depoimento que dura 10 segundos), As Freiras (de Luciano Salce) e Antes da Revolução (de Bernardo Bertolucci); além de dois faroestes, que assinou como Dan Savio (o já citado Duelo no Texas e As Pistolas não Discutem), Morricone encontrou imensa fama e projeção mundial.

Sergio Leone foi colega de escola de Morricone, e em Por Um Punhado de Dólares, fecharam a primeira de 8 parcerias que teriam, além de uma amizade que, sem ser hiperbólico, transformaria a maneira de se compor trilhas para faroestes. O longa de Tornatore, sabiamente, dedica bastante tempo a essa parte da carreira do homenageado, porque é com a Trilogia dos Dólares que ele começa a alterar o jogo, trazendo experimentações, caminhando entre a música clássica, a música concreta e a música minimalista, sem contar os flertes com padrões ou estilos cobiçados no gênero, como a belíssima revisão que ele faz do Degüello, na versão de Dimitri Tiomkin para Onde Começa o Inferno (Rio Bravo). Desse bloco do filme em diante, o espectador presencia uma verdadeira sequência de transformações executadas por Morricone, principalmente depois de Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita, que é quando o compositor embarca numa proposital teia de música experimental, reformulando a ideia do que se imaginava para as trilhas sonoras (a segunda vez que ele fazia isso em sua carreira, mas agora não apenas dentro do faroeste).

Em observação à obra do maestro, o documentário não deixa a desejar em nada. Há a passagem pela fase de Morricone compondo para os gialli e para filmes de Hollywood, chegando até à parceria com Tarantino, em Os Oito Odiados, uma trilha muito especial porque era o retorno do maestro ao western depois de muito tempo. Desse ponto em diante, o documentário entra em sua fase de encerramento, e é aí que algo parece não estar certo. Temos a impressão de que falta algo, de que a sequência de eventos tão incrivelmente adequada à narrativa, perde o seu fluxo e não integra-se bem às cenas dos “anos finais do compositor“. E o problema não é a escolha dos eventos, porque é muito importante fechar uma obra desse porte mostrando o máximo de caminhos artísticos de quem se está homenageando. Com isso em mente, as imagens das turnês do maestro pelo mundo (leia aqui a nossa crítica para o concerto dele em São Paulo; aqui, a nossa crítica para o concerto dele em Verona; e aqui a nossa crítica para o concerto dele em Paris), a sua influência através das gerações e os muitos trechos de composições clássicas dele são importantes como complemento. Mas elas destoam consideravelmente de tudo o que tivemos antes na obra. Dá a impressão que é uma parte dirigida por outro cineasta, tamanha a disparidade de abordagem e da condução da montagem nesse trecho final.

Ennio, o Maestro é um filme repleto de excelentes surpresas, muita música inesquecível e uma dose cavalar de nostalgia para qualquer cinéfilo que se respeite. A obra de Ennio Morricone perpassou 50 anos da História do cinema e abalou toda a estrutura do que a música para a Sétima Arte significava. A grande erudição do compositor aliada à sua vontade e coragem de experimentar, através dos sons, fez de sua carreira um notável laboratório com obras para todos os gostos e também para apresentar, aos interessados, as mais diferentes formas de alinhar filme e música. Exceto por seu trecho final, abordando os últimos passos do maestro, a película é uma viagem de imensa satisfação para os ouvidos… e para a alma.

Ennio, o Maestro (Ennio, The Maestro / The Glance of Music) — Itália, Bélgica, Países Baixos, Japão, China, Alemanha, 2021

Direção: Giuseppe Tornatore

Roteiro: Giuseppe Tornatore

Elenco (depoimentos): Clint Eastwood, Quentin Tarantino, Oliver Stone, Terrence Malick, John Williams, Kar-Wai Wong, Hans Zimmer, Barry Levinson, Dario Argento, Ennio Morricone, Bernardo Bertolucci, James Hetfield, Bruce Springsteen, Quincy Jones, Roland Joffé, Marco Bellocchio, Lina Wertmüller, Enzo G. Castellari, Phil Joanou, Mike Patton, Joan Baez, Mychael Danna, Liliana Cavani, Carlo Verdone, Laura Pausini, Giuliano Montaldo, Roberto Faenza, David Puttnam, Gianni Morandi, Mario Caiano, Nicola Piovani, Vittorio Taviani, Ornella Vanoni, Paul Simonon, Alessandro Alessandroni, Zucchero, Franco Piersanti

Duração: 156 min.

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* Luiz Santiago - Sou especialista em Cronoanálise Aplicada e Metanarrativas Interdimensionais. Formado em Jadoo de Clio (Casa Corvinal) e pós-doutorado em Psicohistória Avançada (Fundação Seldon), sou portador do Incal e atuo como historiador-chefe em Astro City, mapeando civilizações críticas. Hoje, em exílio interdimensional, desenvolvo protocolos de resistência psíquica e coordeno operações linguísticas em Torchwood, decifrando sistemas de comunicação audiovisual e pluri-literárias. Utilizo minha TARDIS como base operacional para simulações estratégicas da Agência Alfa, convertendo crises cósmicas em modelos previsíveis sob o ponto de vista Mystère. Também coordeno a transição para Edena em colaboração com o Dr. Manhattan, mudando o eixo ontológico universal para ascender ao encontro definitivo com a Presença.

Texto reproduzido do site: www planocritico com

quarta-feira, 7 de maio de 2025

"O amor da vida de Ivan", por Eduardo Almeida

Imagem de Fábio Rogério e postada pelo blog

Artigo compartilhado do site RADAR SERGIPE. de 5 de maio de 2025

O amor da vida de Ivan 
Por Eduardo Almeida

O amor da vida de Ivan Valença era o cinema. A cabeça de Ivan era um generoso baú de filmes que fizeram a história do cinema em todos os tempos. Você falava o título e ele dizia a ficha completa do filme – a direção, o roteiro, a produção e os atores principais. Ivan era uma figura incontornável quando o assunto era cinema, tanto pelo conhecimento profundo como pelo encanto que os filmes despertavam nele.

Desde cedo, na juventude, até pouco tempo, enquanto a saúde permitiu, ele via tudo e guardava tudo que tinha que ser visto e guardado em matéria de cinema. Era figura fácil de ser encontrada na primeira fila das salas de cinema da cidade. Sentia-se em casa diante da telona. Visto sentado na poltrona de um cinema ou numa conversa sobre filme, trazia nos olhos o encantamento de uma criança no parque de diversão. 

 Era tão viciado em filme que montou em casa um arquivo de cinema. As estantes forravam as paredes do piso ao teto e as pastas se contavam em milhares, contendo reportagens, artigos e fotos publicadas por jornais e revistas que ele consumia com voracidade. Era um colecionador dedicado. Ivan costumava dizer que sua diversão era passar os sábados e domingos revirando as pastas para manter atualizado seu arquivo, que ele tratava com o carinho de pai para filho.

Ivan era cinéfilo o tempo todo. O amor pela invenção dos Irmãos Lumière não tinha limites. Ele fundou clube de cinema, foi programador de filme de arte, escreveu críticas de cinema e frequentou festivais de cinema no Brasil e no mundo. Até abriu a mais celebrada locadora de filme de Aracaju – fechada pela era do streaming, que engoliu o VHS e o DVD. Mais de meio século de uma relação que o transformou em uma autoridade no ramo.

Do blockbuster ao cult, dos clássicos hollywoodianos às crônicas novaiorquinas, da Nouvelle Vague ao Cinema Novo, Ivan transitava com louvor por escolas e estilos da sétima arte. Discorria com intimidade sobre Pulp Fiction, de Tarantino, A lista de Schindler, de Spielberg, e Manhattan, de Wood Allen. Emocionava-se com Jean-Luc Godard e seu Acossado, com  Fellini e  A Doce Vida, com Benigni e a Vida é Bela e com Jean-Pierre Jeunet e O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. 

 Ele tinha em boa conta Bergman (Morangos Silvestres), Almodóvar (Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos) e Kieslowski (a trilogia das Três Cores). Dos brasileiros citava com entusiasmo Glauber Rocha (Terra em Transe), Nelson Pereira dos Santos (Vidas Secas), Cacá Diegues (Bye Bye Brasil) e Cláudio Assis (Amarelo Manga). Era fã do documentarista  Eduardo Coutinho (Edifício Master).

Ivan poderia ser um personagem de um roteiro de Wood Allen, sobre um jornalista talentoso louco por cinema que transformou sua trajetória em um filme de realismo e magia, terminando seus dias consumido por uma doença cruel que faz o que quer com a memória e a vida da gente. No caso de Ivan, desintegrou-se a memória, arruinada pela enfermidade, e edificou-se o pensamento agudo, claro, direto sobre o nosso tempo.

 Eduardo Almeida é jornalista profissional com passagem por diversos veículos de comuncação, dentre os quais TV Sergipe e Jornal da Cidade. Atualmente, integra a equipe da Diretoria de Comunicação da ALESE.

Texto reproduzido do site: radarse com br

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Crítica | O Anjo Azul (1930), por Michel Gutwilen

Crítica compartilhada do site PLANO CRÍTICO, de 24 de maio de 2020

Crítica | O Anjo Azul (1930)

Por Michel Gutwilen 

Em 1934, o diretor Jean Vigo, com seu filme Zero de Conduta, mostrava a rebelião juvenil dentro de um sistema educativo extremamente repressivo, no qual os adultos eram representados de maneira caricata. Recorro a esse anacronismo de quatro anos e uma comparação até inusitada para, basicamente, dizer que O Anjo Azul, de 1930, é como o outro lado da mesma história. Em contraste a energia anárquica de Vigo, o longa de Josef von Sternberg é rígido e melancólico, dando protagonismo, desta vez, a um acadêmico, Immanuel Rath (um espetacular Emil Jannings), uma figura repleta de conservadorismo. Apesar disso, não é ele quem é unidimensional, mas justamente seus alunos, retratados como meros agentes do caos e da perversão dos valores tradicionais.

Logo na cena em que o professor é apresentado, já conhecemos um pouco de sua personalidade solitária. Isso se dá tanto pela decoração da sua casa, que literalmente parece ser só um amontoado de livros empilhados, quanto por sua ritualidade na hora de tomar café. Além disso, seu passarinho acabara de morrer, quase como se a tristeza perseguisse este homem, prenunciando o que virá a seguir. Em seguida, Sternberg faz questão de apresentar uma sequência acômica dentro de uma sala de aula. Assim, nossa primeira impressão de Rath é a de uma figura inflexível — ele briga com os alunos por pronunciarem palavras erradas — ao mesmo tempo que assoa o nariz de maneira bem tosca. Ao descobrir que seus pupilos andam distraídos por estarem indo ao cabaret O Anjo Azul, estando fascinados pela performista Lola-Lola (Marlene Dietrich), o protagonista decide ir ao local impuro para realizar um flagra naqueles estudantes. 

A partir de então, o que acontece em O Anjo Azul é este encontro de mundos, entre o moralismo do professor e a vulgaridade do cabaret. Quando entra nos bastidores da apresentação pela primeira vez, ele se depara com este ambiente exótico, no qual seu diálogo com Lola vai sendo interrompido por palhaços e ursos que passam, praticamente como se estivesse em um pesadelo dentro de um território desconhecido. Aos poucos, a sedução da performista vai desarmando aquele homem, até que ele se torne um bobo apaixonado por ela. Trata-se de uma desconstrução gradual de personalidade, com Sternberg já enxergando como Marlene Dietrich (o primeiro trabalho de muitos entre diretor e atriz) consegue tirar uma enorme potência dos pequenos gestos, como o simples tirar de uma meia arrastão com os olhos fixos no professor. Desse modo, a decupagem do diretor aposta muito neste jogo de plano e contraplano, no qual a sensualidade de Dietrich é recebida por reações cômicas de um Jannings que parece nunca ter visto uma mulher na vida, evidenciando sua inocência. 

Precisamente pela maneira como explora exaustivamente a falta de malícia de Rath, assistir a sua história é como acompanhar uma tragédia anunciada, na qual só o mesmo não percebe que está sendo feito de palhaço. No início do filme, a montagem alterna entre momentos do professor em casa com seus alunos desenhando caricaturas no quadro negro da sala de aula. De tal forma, isso nos coloca como cúmplices do ato de crueldade feito pelas costas. Já no terceiro ato, aquela ridicularização deixa de acontecer às sombras e torna-se literal, com o professor virando um palhaço durante uma apresentação. Sendo humilhado por toda uma plateia, desta vez diretamente em sua cara, isso lhe leva ao estopim para seu surto psicológico.

Sem dúvidas, uma das coisas que faz O Anjo Azul perdurar até hoje é a complexidade de seu protagonista. Por um lado, pode-se dizer que estamos diante de uma história conservadora, ao mostrar a decadência de um homem cheio de valores ao confiar demais em “elementos subversivos”. Afinal, existe um certo coitadismo na maneira em que Sternberg dirige Jannings, que cria uma persona meio boba demais. Por outro lado, não se pode negar a interpretação de que se trata de um conto sobre a amolecimento de um homem amargurado e tímido, que volta a enxergar a felicidade na vida, ainda que atrelado a um fatalismo trágico. Já outros poderão dizer que é uma obra anti-conservadora, alegando que o próprio professor fez o seu destino, uma vez que ele nunca conseguiu abandonar seus ímpetos de controle, transportando o domínio sob seu alunos para sua esposa, sendo justamente seu ciúme possessivo que levou ao seu declínio. No fim, a preocupação de Sternberg é menos em dar uma resposta, e mais em estudar este encontro entre os dois mundo. Ao perder tudo, a única coisa que sobra a Rath é voltar a sala de aula, o único lugar que ele se sentia no controle. 

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O Anjo Azul (Der blaue Engel) – Alemanha, EUA, França, 1930.

Direção: Josef von Sternberg

Roteiro: Carl Zuckmayer, Karl Vollmöller, Robert Liebmann (baseado na novela de Heinrich Mann)

Elenco: Emil Jannings, Marlene Dietrich, Kurt Gerron, Rosa Valetti, Hans Albers, Reinhold Bernt, Charles Puffy

Duração: 108 min.

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Texto reproduzido do site: www planocritico com

Filme: "Missão Impossível - O Acerto Final (2025)


 
Direção de Christopher McQuarrie



quinta-feira, 24 de abril de 2025

Jornalistas relembram o Cineclubismo

 

Publicação compartilhada do site do Portal Infonet, de 1 de outubro de 2009

Jornalistas relembram o Cineclubismo

Dando continuidade à programação do Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe, o Curta-SE 9, aconteceu na manhã desta quinta-feira, 1º, na Sociedade Semear, um debate com o tema ‘Memórias Locais do Cineclubismo em Sergipe’. Na ocasião, os jornalistas Ancelmo Góis e Ivan Valença, dois grandes nomes do cineclubismo no Estado, aproveitaram para relembrar momentos deste importante movimento cultural dos anos 60 e 70.

Os cineclubes eram associações que reuniam apreciadores de cinema para apreciação de filmes selecionados, e debates sobre as obras. Segundo Ivan Valença, é provável que o Cineclubismo tenha surgido em Sergipe já nos anos 50, com a fundação do Cineclube de Aracaju, o Cicla. O jornalista conta que chegou a participar de algumas sessões no antigo Cicla, mas por ser muito novo àquela época não tinha permissão para assistir a algumas películas.

“Naquela época a censura para menores de idade funcionava de forma rigorosa, mas ainda assim cheguei a acompanhar algumas exibições. O Cicla me influenciou bastante, tanto que, no ano de 1962 eu fundei o Clube de Cinema de Sergipe, o CCS. Esse clube funcionou até 64. Após a chegada do Golpe Militar, nós extinguimos o CCS e fundamos o Ceca – Centro de Estudos Cinematográficos de Aracaju. Essa nova associação foi adaptada às normas impostas naquela época pelo regime militar”, lembra Ivan Valença.

Segundo ele, a adequação do cineclube aos novos tempos trouxe o apoio do governo militar, e ajudou a associação a conseguir verba e equipamentos de projeção. No entanto, a censura era ferrenha, e os cortes nos filmes, inevitáveis.

De acordo com o jornalista, essas associações se extinguiram com a chegada do VHS no mercado. “Naquela época, os cineclubistas davam preferência aos filmes que não chegavam aos cinemas, e com a chegada da fita de vídeo e das locadoras de filmes, em alguns meses nós tínhamos até 200 lançamentos. A idéia do cineclube, que era assistir e debater, se acabou. Mas no tempo em que existiu aqui em Sergipe funcionou, e muito bem”, conta Ivan Valença.

“Ivan foi minha grande influência” (Jornalista Ancelmo Góis)

Outro grande nome dessa época foi o jornalista Ancelmo Góis. Ele revela que sua grande influência para atuar no cineclubismo de forma tão expressiva foi o jornalista Ivan Valença.

“Eu cheguei ao jornalismo pela política, e cheguei ao cineclubismo através do jornalismo. Eu fui muito influenciado por uma geração de jornalistas que gostava muito de cinema. Minha grande influência  foi Ivan Valença. Ele era meu guru jornalístico. Como ele gostava de cinema, eu passei a curtir também, tão grande era o meu desejo de ser parecido com ele”, revela Góis.

Ancelmo Góis participou, junto com Valença, da fundação do CCS. “Ancelmo era um cara muito organizado. Ele fazia parte da diretoria. Se tinha reunião, ele fazia as atas. Se tinha exibição de um filme no Instituto Histórico, ele providenciava os equipamentos. Ele era responsável por toda a logística. Eu, como trabalhava bastante na Gazeta, naquela época, apenas dava apoio à diretoria, mas não ocupava cargos burocráticos”, conta Valença.

Segundo o jornalista Ancelmo Góis, que foi preso e exilado em 1968, o movimento do cineclubismo perdeu muita força com o AI-5, o quinto decreto emitido pelo regime militar brasileiro nos anos que sucederam o Golpe Militar de 64. “De 300 cineclubes que existiam no Brasil, só permaneceram 12, no máximo”, conta.

Ainda assim, os dois cineclubistas relembram com saudosismo os momentos difíceis pelos quais passaram naquela época. “É gostoso relembrar aqueles tempos heróicos, em que a gente enfrentava todas as dificuldades e as brigas com a Polícia Federal”, declara Ivan Valença.

Por Helmo Goes e Glauco Vinícius

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet com br

DJANGO, um clássico do Spaghetti Western

Publicação compartilhada do site [muraldenoticiasonline], de 14 de novembro de 2022

Cinemateca, Dicas de Filmes e Vídeos

by Yonélio Sayd

DJANGO, um clássico do Spaghetti Western

O filme indicado para esta semana é um clássico do bang-bang à italiana, o chamado cinema spaghetti western, também popularizado sob os termos “filmes de cowboys” ou “filmes de faroeste”, DJANGO (1966) com o Franco Nero, um dos maiores atores do gênero, dirigido por nada mais que Sergio Corbucci e belíssima trilha sonora de Luis Bacalov, apesar de outros gravarem e “pongarem” no sucesso mundial...

DJANGO Ano: 1966 – Gênero: Western Direção: Sergio Corbucci Elenco: Franco Nero, José Bódalo, Loredana Nusciak

SINOPSE: Django (Franco Nero) é um homem que arrasta consigo um caixão, onde dentro está escondida uma poderosa metralhadora. Na fronteira do México, ele está disposto a vingar a morte da sua esposa, e parte para uma luta sangrenta contra duas gangues rivais que agem na região, isso depois de fazer um acordo com o bandido local Hugo Rodriguez (José Bódalo). Só que desconfiado das intenções de Rodriguez, ele resolve se juntar a María, uma mulher que havia salvo, e os dois serão perseguidos pelo mexicano. Todos os direitos reservados aos criadores e atores do filme.

Texto e imagens reproduzidos do site: muraldenoticiasonline.com.br

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Relembrando Waldemar Lima, o gênio sergipano do cinema novo

Foto reproduzida do Facebook/Waldemar Lima e postada pelo blog, para simples ilustação do presente  Artigo

Publicação  compartilhada do site RADAR SERGIPE, de 14 de abril de 2025

Relembrando Waldemar Lima, o gênio sergipano do cinema novo

Por Luiz Eduardo Oliva (*)

Um dos momentos mais marcantes da cultura brasileira, o Cinema Novo no final dos anos cinquenta do século passado e permeou os sessenta, teve na figura do baiano Glauber Rocha seu principal expoente. No entanto pouca gente sabe, ou quase ninguém acentua, que um dos principais nomes daquele movimento foi um sergipano,  o fotógrafo e cineasta Waldemar Lima, nascido em Aracaju em 1939.

Waldemar Lima vem a ser o assistente de direção do filme “Barravento” e o diretor de fotografia do revolucionário “Deus e o Diabo na terra do sol” considerado um dos maiores filmes de todos os tempos, todos os dois filmes sob a direção de Glauber Rocha.  Waldemar viveu em Aracaju até os 26 anos onde desenvolveu por moto próprio a arte da fotografia. Migrou à Bahia quando conheceu Glauber. Importante destacar que uma das principais referências inovadoras do Cinema Novo é a estética que se apresenta no movimento da câmara, o aproveitamento com realismo e total genialidade da luz dos trópicos, da luz nordestina, da luz da Bahia.  E isso se deu pelo olhar de Waldemar Lima.

Waldemar era um apaixonado pela luz. Percebeu que a luz do Nordeste era das mais acentuadas e é através dela no uso da câmara que marca a estética do cinema novo, principalmente quando filmado em preto e branco.  Waldemar Lima era um filho do sol, do escaldante sol nordestino, do miraculoso e altamente iluminado sol de Aracaju. Essa sensibilidade que ele levou à Bahia e do encontro mágico com Glauber Rocha, fundindo o gênio sergipano com o gênio baiano, houve uma reinvenção do cinema, conhecido mundialmente como Cinema Novo.

Conheci Waldemar Lima ao acaso quando, nos idos de 1989, ele resolve voltar a Aracaju onde montou uma pequena produtora de vídeos em VHS. Embora altamente reconhecido nas rodas do cinema nacional continuava um ilustre desconhecido em sua terra natal. Salvo trabalhos que fez para a Universidade Federal de Sergipe, mais precisamente para o Centro de Cultura e Arte da UFS não houve nem o reconhecimento nem a compensação mínima para a sobrevivência e Lima retornou a São Paulo.

Só vou reencontrá-lo, mais uma vez ao acaso em 2005 quando ele me revelou (sem trocadilhos fotográficos) que tinha fotografado o centenário de Aracaju em 1955 e as fotos continuavam inéditas e desconhecidas, embora os negativos estivessem bem conservados. Diante daquele tesouro desenvolvemos a ideia de uma exposição das fotos com poemas meus para participar das comemorações dos 150 anos de Aracaju. Mas porque já havia uma programação, o projeto não foi adiante. Tivemos outras tentativas sem frutos até Waldemar falecer em 2012 em São Paulo.  Antes, contudo, da última vez que esteve em Aracaju me disse: os negativos são seus.

Foi graças a essa doação que foi possível realizar um projeto de resgate do talento e da história do cineasta sergipano, em 2017. É que o  advogado Clóvis Barbosa – ele mesmo um apaixonado por cinema e crítico cinematográfico pelo extinto jornal Diário de Aracaju nos anos 70 - promoveu dentro do programa cultural do Tribunal de Contas do Estado, que presidia, esse resgate a Waldemar Lima com a realização de documentário sob direção do jornalista e homem de televisão Pascoal Maynard, da edição do livro “Waldemar Lima, uma câmera e uma ideia de luz” organizado pelo jornalista Marcos Cardoso, além naturalmente da  exposição e um livro-catálogo das fotos inéditas “Aracaju Centenária” com poemas meus e sob a regência gráfica da designe Germana Araújo. À época (2017) estiveram em Aracaju familiares de Lima e velhos amigos do ciclo de cinema baiano, o Carlos Modesto, José Humberto e Roque Araújo, uma lenda viva do cinema novo.

Na sua simplicidade quase franciscana Waldemar não demonstrava o gênio que ele era. Comportava-se como os filmes negativos que necessitavam da câmara escura para o processo de revelação. Recentemente conheci o cineasta paulista Anderson Craveiro que é um conhecedor e fã da obra de Waldemar Lima e me disse entusiasmado: não sabia que o grande Waldemar Lima era sergipano. Relembrar Waldemar Lima e sua obra, principalmente quando Aracaju faz 170 anos, é brindar à alma sergipana, à glória da nossa gente, é reverenciar um saber da sergipanidade, é também dizer do amor a Aracaju.  Waldemar Lima, um gênio da raça sergipana.

(*) Advogado, professor, poeta, e membro das Academias Sergipana de Letras Jurídicas e Riachãoense de Letras, Artes e Cultura.

Texto reproduzido do site: radarse com br

sexta-feira, 4 de abril de 2025

A Face Oculta [One-Eyed Jacks] (1960)


Imagens reproduzidas do Google e postadas pelo blog,
 para ilustrar o presente artigo.
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Texto compartilhado do site CINE FAVORITOS de Hildebrando Martins de Almeida

A Face Oculta

One-Eyed Jacks

(1960)

Sinopse: após fugir de um roubo em um banco do México, um dos assaltantes, Dad Longworth (Karl Malden), vê a chance de ficar com o ouro roubado e deixar Rio (Marlon Brando), seu cúmplice, para ser capturado. Após alguns anos, Rio escapa da prisão e começa a caçar seu ex-amigo, para se vingar. Neste período, Dad, que teme o retorno de Rio, se tornou um respeitável xerife na Califórnia.

Direção: Marlon Brando

Roteiro: Guy Trosper e Calder Willingham

Sam Peckinpah e Rod Serling (não creditados)

Adaptação do livro de Charles Neider

Elenco:

Marlon Brando...Rio

Karl Malden...Sheriff Dad Longworth

Pina Pellicer...Louisa

Katy Jurado...Maria Longworth

Ben Johnson...Bob Amory

Slim Pickens...Deputy Lon Dedrick

Larry Duran...Chico Modesto

Sam Gilman...Harvey Johnson

Timothy Carey...Howard Tetley

Miriam Colon...Red

Elisha Cook Jr....Carvey

Rodolfo Acosta...Mexican Rurale Captain

Tom Webb...Farmer's Son

Ray Teal...Barney

John Dierkes...Chet

Philip Ahn...Uncle

Margarita Cordova...Nika Flamenco Dancer

Hank Worden...Doc

Clem Harvey...Tim

William Forrest...Banker

Mina Martinez...Margarita

Produzido por

Georges Glass, Frank P. Rosenberg, Walter Seltzer

Música de Hugo Friedhofer

Diretor de Fotografia: Charles Lang  (Charles Lang Jr.)

Editor: Archie Marshek

Diretor de Arte: J. McMillan Johnson e Hal Pereira

Tempo de execução: 141 min

País: Estados Unidos

Língua: Inglês e espanhol

Cor: Cor

Proporção da tela: 1.85 : 1

Mixagem de Som: Mono (sistema de gravação Westrex)

Locais de filmagem:

Península de Monterey, Califórnia, EUA

Bilheteria:

Despesas: $ 6.000.000 (estimado)

Curiosidades de produção:

Roteiro de Guy Trosper e Calder Willingham (Rod Serling e Sam Peckinpah colaboraram, mas não receberam créditos). Baseado em "The Authentic Death of Hendry Jones", de Charles Neider.

As locações das filmagens foram feitas no Novo México e na península de Monterrey na Califórnia.

Stanley Kubrick iniciou as filmagens mas logo se desentendeu com Brando. Foi demitido e, posteriormente, contratado por Kirk Douglas para dirigir o épico Spartacus. Brando então assumiu a direção. A sua edição final tinha 3 horas de duração, e teve que ser cortada para os cinemas. Brando destruiu essas cópias e não existe mas nenhuma delas, infelizmente.

Brando demorou mais de um ano para concluir as filmagens. Ele chegou a filmar uma cena por dia.

Foi o terceiro filme em que Brando e Karl Malden estrelaram juntos. Os outros dois foram: Uma Rua Chamada Pecado (1951) e Sindicato de Ladrões (1954).

A atriz mexicana Pina Pellicer, que faz a enteada, sofria de depressão profunda e cometeu suicídio em 1964.

Foi o único filme dirigido por Marlon Brando. Apesar disso é considerado um dos maiores filmes de faroeste de todos os tempos.

Teve uma indicação ao Oscar de melhor fotografia para Charles Lang.

Data de lançamento: 30 de março de 1961 (Nova York)

O filme caiu em domínio público e, durante anos, só estava disponível através de inúmeras reedições de baixo custo de qualidade em VHS e DVD . Em 2016, o trabalho foi concluído em uma nova restauração digital de 4K, realizada pela Universal Pictures em parceria com The Film Foundation e em consulta com os cineastas Martin Scorsese e Steven Spielberg. Esta restauração foi emitida em Blu-ray e DVD em novembro de 2016 pela Criterion Collection nos EUA, e em junho de 2017 pela Arrow Video no Reino Unido.

Fonte: www imdb.com/title/tt0055257/reference

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Resenha por ChatGPT:

One-Eyed Jacks, dirigido pelo icônico Marlon Brando, é um cativante filme de faroeste que oferece uma história intrigante e performances memoráveis. Ambientado no cenário do Velho Oeste americano, este filme leva os espectadores a uma emocionante jornada repleta de tensão.

A trama gira em torno de Rio, interpretado por Marlon Brando, e do xerife Dad Longworth, vivido por Karl Malden. Após um assalto a um banco no México, Dad aproveita a oportunidade para trair seu cúmplice, deixando Rio para trás e sendo capturado. Vários anos depois, Rio escapa da prisão e busca vingança contra seu antigo amigo. Enquanto isso, Dad se tornou um respeitado xerife na Califórnia, vivendo com medo do retorno de Rio.

Marlon Brando não apenas estrela o filme, mas também assume a direção, mostrando seu talento e visão por trás das câmeras. Sua dedicação ao projeto é evidente, já que a produção levou mais de um ano para ser concluída, com relatos de que Brando filmava uma cena por dia. O resultado é um filme meticulosamente elaborado que captura a essência do Velho Oeste.

As performances em One-Eyed Jacks são excepcionais. Brando entrega uma atuação impressionante como Rio, transmitindo perfeitamente a intensidade e a determinação de seu personagem. Karl Malden também brilha como Dad Longworth, retratando a dualidade de um homem que traiu seu amigo em busca de riqueza e poder.

Além das performances marcantes, o filme apresenta belas paisagens e uma atmosfera autêntica do Oeste Selvagem. As locações no Novo México e na península de Monterey, Califórnia, acrescentam uma sensação de realismo à narrativa, transportando o público para a época retratada.

One-Eyed Jacks é um trabalho singular na filmografia de Marlon Brando, sendo o único filme que ele dirigiu. Apesar disso, é considerado um dos maiores filmes de faroeste de todos os tempos. Sua complexidade emocional, trama envolvente e a visão artística de Brando o tornam uma obra-prima do gênero.

Ponto negativo: o desfecho do filme foi determinado pelo estúdio, o que acabou contrariando os desejos de Brando, que preferia um final triste e desprovido de romantismo.

Embora o filme tenha caído em domínio público por muitos anos, sua recente restauração digital de 4K, realizada pela Universal Pictures em parceria com The Film Foundation e com a consulta dos renomados cineastas Martin Scorsese e Steven Spielberg, trouxe de volta sua qualidade visual e permitiu que novas gerações apreciassem essa pérola cinematográfica. One-Eyed Jacks é um verdadeiro tesouro do cinema faroeste que deve ser apreciado por todos os amantes do gênero.

Texto reproduzido do site: sites google com/site/cinefavoritos

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Val Kilmer, ator de 'Batman' e 'Top Gun', morre aos 65 anos

Crédito fotos: Mosaico fotográfico reproduzido do site [novafm103 com br] e postado pelo blog, para ilustrar a presente notícia.

Texto compartilhado do site G1 GLOBO/POP-ARTE/CINEMA, de 2 de abril de 2025 

Val Kilmer, ator de 'Batman' e 'Top Gun', morre aos 65 anos

Segundo sua filha, a morte foi causada por pneumonia. A informação é do 'The New York Times'.

Por Redação g1

Val Kilmer morre aos 65 anos nos EUA; ator interpretou Batman

O ator Val Kilmer, que interpretou o Batman em "Batman Eternamente", morreu nesta terça-feira (1º), aos 65 anos. A morte, causada por pneumonia, ocorreu em Los Angeles, nos Estados Unidos. A informação é do "The New York Times".

A causa da morte foi revelada por sua filha, Mercedes Kilmer. Ainda segundo ela, Kilmer havia sido diagnosticado com câncer de garganta em 2014, mas se recuperou. Na época em que a doença foi descoberta, a família do ator revelou à imprensa americana que o ator não tratava a doença em razão das suas crenças religiosas.

Relembre a carreira do ator

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Briga com Marlon Brando e soco em atriz: os bastidores polêmicos na trajetória de Val Kilmer

O ator também era conhecido por grandes papéis vividos nos anos 80 e 90. Entre eles: Jim Morrison em "The Doors" e o Iceman, rival de Tom Cruise, em "Top Gun".

Além de Mercedes, Kilmer deixa o filho Jack, também filho de sua ex-mulher Joanne Whalley.

Carreira

Kilmer nasceu em Los Angeles em dezembro de 1959. Aos 17, entrou para a renomada academia de artes de Juilliard, em Nova York, para estudar teatro.

O ator começou a sua carreira no teatro, tendo atuado na Broadway e em festivais pelo mundo. Ele ficou conhecido nas comédias "Top Secret!: Superconfidencial", de 1984, e Academia de Gênios do ano seguinte, antes de se consolidar em Hollywood como Iceman, o inimigo do personagem Maverick de Tom Cruise em "Top Gun", de 1986, um dos filmes que definiram a década.

Ele provou ainda mais seu talento e versatilidade quando interpretou de forma convincente o vocalista Jim Morrison em "The Doors", 20 anos após a morte do cantor.

"Tombstone: A Justiça Está Chegando", no qual interpretou o pistoleiro Doc Holliday, e Fogo Contra Fogo, no qual atuou ao lado de Al Pacino e Robert De Niro, também foram sucessos.

Ele sucedeu Michael Keaton no papel de Batman no filme "Batman Eternamente", em 1995, que obteve sucesso de bilheteria, mas recebeu críticas mistas. Kilmer acabou desistindo de repetir o papel no próximo filme do Batman.

Em 2021, Kilmer lançou um documentário narrando os altos e baixos de sua vida e carreira. O ator, que estreou no Festival de Cinema de Cannes, apresentou 40 anos de gravações caseiras, incluindo ele falando com uma caixa de voz após uma cirurgia de câncer.

Ele continuou atuando. Seu retorno como Iceman na tão aguardada sequência de "Top Gun" foi particularmente comovente.

Texto reproduzido do site: g1 globo com/pop-arte/cinema

segunda-feira, 10 de março de 2025

Ainda Estou Aqui ganha novo pôster oficial...


Publicação compartilhada do site GSHOW GLOBO, de 6 de março de 2025 

Ainda Estou Aqui ganha novo pôster oficial após vitória no Oscar

Longa nacional de Walter Salles ganha novo cartaz

Por gshow — São Paulo

Nosso pupilo está de carinha nova! Ainda Estou Aqui, primeiro Filme Original Globoplay, acaba de ganhar um novo pôster oficial. A imagem foi divulgada oficialmente pela distribuidora do longa-metragem, em momento em que o país ainda festeja a conquista do Oscar de Melhor Filme Internacional.

Texto e imagem reproduzidos do site: gshow globo com