Cândido Faria.
Cartazes de eventos culturais produzidos pelo cartunista em Paris.
Centenário de Morte do
laranjeirense, Cândido Aragonez de Faria (1849-1911), um dos mais
representativos artistas sergipanos. Chargista, cartazista e artista plástico
completo, o nome de Cândido Faria pode soar desconhecido para a maioria dos
sergipanos, mas na história da Caricatura Brasileira e dos primórdios da Sétima
Arte, sempre foi uma referência.
Responsável pela
criação de mais de 300 cartazes de filmes produzidos pela famosa Casa Pathé, o
sergipano antes de escolher a capital francesa como derradeira residência,
morou no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Buenos Aires. Filho do médico José
Cândido Faria e da espanhola Josefa Aragonez, Cândido Faria nasceu em
Laranjeiras em 1849, mas por conta da morte do pai, vítima de cólera num surto
ocorrido no Estado em 1855, não demorou muito para se mudar com a mãe e os
irmãos para o Rio de Janeiro, onde viviam parentes maternos.
Lá cursou o Liceu de Artes e Ofício e a Escola de Belas
Artes, mostrando vocação para o desenho. Juntamente com o irmão Adolfo, que
viria a se tornar famoso fotógrafo em Paris, Cândido fundou o seu primeiro
jornal- O Mosquito- dando início aos empreendimentos na área jornalística. Mais
tarde, mudando-se para Porto Alegre, funda dois jornais- Diabrete e Fígaro- e
monta seu primeiro ateliê, oferecendo curso de arte.
Vai morar em seguida, em Buenos Aires, onde também atua no
ramo editorial, desta vez com o jornal e a revista La Cotorra e, em 1882, então
com 33 anos, segue em direção a Paris, onde posteriormente, transforma-se num
dos mais requisitados desenhistas e cartazistas, do final do século XIX e
início do século XX.
Segundo o pesquisador Luiz Antônio Barreto, juntamente com o
conterrâneo Horácio Hora, pintor que fez fama na capital francesa, Cândido
Faria é um dos artistas mais representativos do Estado, tendo em vista o
trabalho desenvolvido no exterior. “Eles foram até contemporâneos num
determinado momento, sendo seus ateliês vizinhos na França. Mas ao contrário de
Horácio Hora, que sempre vinha a Sergipe, mesmo morando no exterior, não tenho
conhecimento de Cândido ter voltado à sua terra natal, depois de estabelecido
residência em Paris”.
O pesquisador, inclusive, teve um maior contato com a obra
do cartunista, na década de 1990, quando chegou em suas mãos, uma carta de
Felipe Aragonez de Faria, único neto de Cândido. Na época, Luiz Antônio Barreto
era secretário de Cultura do Estado e começou a dialogar com o descendente
francês, a fim de lhe auxiliar sobre documentos ligados a seu avô.
“Desde então, ele tem vindo com uma certa frequência a
Sergipe, a fim de pesquisar dados sobre seus tataravós e finalizar um projeto
que envolve o lançamento de três livros: um sobre a família Aragonez, outro
sobre o médico José Cândido Faria e, por fim, uma obra sobre Cândido Faria”,
diz Barreto.
Enquanto, aguarda a chegada do octogenário Felipe Aragonez
de Faria em Aracaju, a fim de realizar uma exposição de cartazes originais,
comemorativa aos 100 anos de morte do famoso cartunista, Luiz Antônio Barreto
presta uma homenagem ao ilustre desenhista, no Instituto Tobias Barreto,
sediado na Biblioteca da Universidade Tiradentes, Campus Farolândia.
Numa sala interativa do Instituto, é possível conhecer um
pouco mais sobre a história de Cândido Faria, através de banneres que trazem
uma biografia resumida e reprodução de cartazes criados pelo sergipano.
Fotos e texto reproduzidos do blog: bangalocult.blogspot.com.br
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