terça-feira, 13 de junho de 2017

Amácio Mazzaropi (1912 - 1981)



O fenômeno Mazzaropi.

A carreira do ator, diretor e produtor que contabilizou sucessos e duras críticas em 32 longas-metragens.

Por Marina Gadelha.

Foram 32 filmes entre 1952 e 1980, chegando a atrair mais de oito milhões de espectadores em um único longa-metragem. O responsável por tamanho sucesso chama-se Amácio Mazzaropi, o artista que deu vida ao imortal e carismático estereótipo do homem do campo. Seu personagem, caipira e ingênuo, mas com doses de malícia, conquistou a simpatia das massas populares, que garantiam as sessões lotadas em todos os seus filmes, mas angariou duros julgamentos pelas análises especializadas.

Mazzaropi teria 100 anos completos, se hoje estivesse vivo. Nasceu em 1912, na cidadede São Paulo, e com 2 anos foi com os pais para Taubaté, no interior paulista. Filho de pai italiano e mãe descendente de portugueses, saiu de casa aos 14 para excursionar com um espetáculo teatral ambulante. Atuou em comédias de costumes e em espetáculos de circo. Em 1940, fundou sua própria companhia, o Pavilhão Mazzaropi, cuja aceitação popular acabou lhe abrindo as portas para o rádio. De lá seguiu para a TV Tupi, em 1950, onde estreou o mesmo show que mantinha na Rádio Tupi, Rancho alegre. Com o sucesso na televisão, foi contratado pela Vera Cruz.

Sua estreia nas telas foi em Sai da frente, no papel de Isidoro, um motorista de caminhão que deixa o carro desgovernado em plena cidade de São Paulo. A crítica do jornal paulista Cine-Repórter de 13 de setembro de 1952 destacou: “Explorando a cor local e o pitoresco das ruas e dos hábitos urbanos de São Paulo, com digressão pela cidade de Santos, a Vera Cruz tenta, pela primeira vez, o gênero de comédia bufa. E saiu-se muito bem, porque o filme agradou plenamente. Durante o desenrolar da ação, que se situa quase que integralmente em exteriores, o público ri gostosamente com o desastrado “Chauffeur” de caminhão de aluguel, que é vivido com naturalidade pelo conhecido cômico Mazaroppi. Como Sai da frente não tem outra pretensão senão a de fazer rir, o seu intento, pois, é logrado plenamente. Trata-se, pois, de um filme que realiza bom programa para qualquer público.”

Satisfeita com a performance de Mazzaropi, a Vera Cruz renova contrato com o ator, que volta ao papel do motorista Isidoro em Nadando em dinheiro, uma de suas comédias mais conhecidas. Nesse filme, o motorista ganha na loteria e se vê, de repente, milionário. Em 1958, Mazzaropi funda a PAM Filmes (Produções AmácioMazzaropi) em modernos estúdios em Taubaté, e lá realiza 23 longas-metragens. Os maiores sucessos foram Jeca Tatu (1959) e Casinha pequenina (1963), ambos contabilizando oito milhões de pagantes cada. “Mazzaropi morreu fazendo sucesso. Ele fazia uma espécie de laboratório de suas piadas nas apresentações de circo que fez ao longo de toda a sua vida. Ali, ele testava o que o público queria”, contou Marcela Matos, autora de Sai da frente! – a vida e a obra de Mazzaropi ao jornal O Globo, em abril de 2010.

Seu último trabalho no cinema foi O Jeca e a Égua Milagrosa, de 1980. No ano seguinte, morreu aos 69 anos, vítima de um câncer na medula.

Texto reproduzido do site: funarte.gov.br

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