Jerry Lewis posa no festival de Cannes, em 2013.
Regis Duvignau Reuters.
Publicado originalmente no site do jornal El Pais, em 20 AGO
2017.
Morre Jerry Lewis, a lenda da comédia
Ator faleceu aos 91 anos em sua casa de Las Vegas por causas
naturais.
Jerry Lewis, lenda da comédia e um dos últimos
representantes da Hollywood clássica, faleceu aos 91 anos em sua casa de Las
Vegas, segundo confirmou seu representante à revista Variety. O ator e diretor
morreu de causas naturais e rodeado por sua família às 9h15 (13h15 de
Brasília).
Jerry Lewis, que começou sua carreira artística como a
metade de uma dupla humorística com Dean Martin em bares e rádios, se
transformou nos anos sessenta em um dos rostos mais importantes da meca do
cinema, conseguindo os maiores contratos exclusivos da época, graças ao sucesso
nas bilheterias de sua habilidade para caretas e o slapstick (pastelão). Na
Paramount, com quem assinou um contrato de 14 filmes em sete anos por 10
milhões de dólares (31 milhões de reais), se transformou no nome mais
importante e conseguiu liberdade absoluta para fazer tudo o que quisesse. Estreou,
à época, os filmes O Mensageiro Trapalhão (1960) e O Professor Aloprado (1963).
Seus personagens excêntricos, mas adoráveis, se multiplicavam e repetiam.
Lewis nasceu em 16 de março de 1926 em New Jersey com o nome
de Joseph Levitch, de origem judaica. Seus pais trabalhavam no mundo do
espetáculo musical, de modo que começou a cantar em público desde os cinco
anos. Mas seu verdadeiro segredo estava em seu poder como cineasta, em seu
conhecimento do ritmo cômico.
Sempre dividiu o cinema com seu trabalho humanitário como o
presidente da Associação contra a Distrofia Muscular, pela qual ano após ano
até 2011 apresentava uma maratona solidária nos EUA. Foi justamente em um
desses eventos que se reencontrou com Dean Martin, de quem se separou em 1956
em uma das brigas de ego mais lembradas de Hollywood. "Foi uma
estupidez", afirmou ele no ano passado. "Dean era bom no que fazia e
eu era bom no que fazia. Eu escrevia a cena, três, quatro páginas de material,
e em um segundo ele era capaz de interpretá-la como se tivesse feito aquilo a
vida toda." O membro do Rat Pack e Lewis não se falaram durante 20 anos.
Ainda que sua fama nunca tenha sido igual a de sua época
dourada, Lewis teve uma segunda vida cinematográfica em um papel mais
secundário. Em 1982, Martin Scorsese o recuperou em um papel autorreferencial
em O Rei da Comédia e, em 2016, estreou seus dois últimos filmes: Max Rose, o
primeiro protagonizado desde Rir é Viver (1995) e A Sacada, onde tinha uma
pequena participação. Por fim, no ano passado se lamentou por ficar sem a
indicação ao Oscar por sua interpretação. O prêmio escapou quando em 1959 ele
não quis fazer Quanto mais Quente Melhor porque não queria se vestir de mulher.
Segundo contam, Jack Lemmon acabou enviando a ele bombons todos os anos pelo presente
que recebeu quando Lewis disse não ao filme de Billy Wilder.
Também morreu sem jamais estrear, como ele mesmo prometeu,
The Day the Clown Cried (1972), ‘filme proibido’ sobre um palhaço em um campo
de concentração nazista que a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos prevê
retirar a proibição em 2025. “Agradeço ter o poder de contê-lo e não permitir
que ninguém jamais o veja. Era ruim, ruim, ruim. Poderia ser maravilhoso, mas o
estraguei”, disse sobre uma obra da qual se envergonhava.
Texto e imagem reproduzidos do site: brasil.elpais.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário