quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Morre Fábio Barreto, diretor de 'Lula, o filho do Brasil' e 'O quatrilho'

O cineasta Fábio Barreto (Foto: André Coelho)

Publicado originalmente no site do jornal O GLOBO, em 20/11/2019

Morre Fábio Barreto, diretor de 'Lula, o filho do Brasil' e 'O quatrilho', aos 62 anos

Cineasta estava em coma desde 2009 devido a um grave acidente de carro

O Globo

RIO – Morreu na noite desta quarta-feira, no Rio, o cineasta Fábio Barreto, diretor de filmes como "Lula, o filho do Brasil" e "O quatrilho". Ele tinha 62 anos e estava em coma desde dezembro de 2009, após capotar o carro na Rua Real Grandeza, em Botafogo, Zona Sul do Rio.

Fábio estava internado no Hospital Samaritano de Botafogo, e o velório está marcado para sexta-feira de manhã, no Memorial do Carmo, no Caju. À tarde, o diretor será cremado.

Filho dos produtores Luiz Carlos e Lucy Barreto, irmão do cineasta Bruno Barreto, Fábio começou a trabalhar como diretor de cinema em 1977, fazendo curtas-metragens — o de estreia foi "A história de José e Maria", quando ele tinha 20 anos.

Foi foi assistente de direção do também cineasta Cacá Diegues em "Bye bye Brasil" (1979) e dirigiu seu primeiro longa em 1982, Índia, a filha do sol", com Gloria Pires, que foi exibido no Festival de Cannes.

Ao longa da carreira, o cineasta dirigiu 13 filmes. O longa-metragem de maior sucesso de Fábio foi "O quatrilho" (1995), baseado no livro homônimo de José Clemente Pozenato. Estrelada por Gloria Pires e Patrícia Pillar, a produção foi indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte.

Seu trabalho mais recente também gerou forte repercussão: a cinebiografia "Lula, o filho do Brasil", baseado no livro de Denise Paraná, que estreou em janeiro de 2010. O longa conta a história da vida do ex-presidente, vivido nas telas por Rui Ricardo Dias, na época do sindicalismo.

Além de diretor, Fábio Barreto também atuou em "Memórias do cárcere" (1984) e "For all - O trampolim da vitória" (1997).

— Muito triste... Fábio foi um grande companheiro e diretor talentoso e delicado em "O quatrilho", filme que tive o grande prazer em fazer e que foi candidato ao Oscar de Melhor filme estrangeiro. Todo meu carinho à família — escreveu Patrícia Pillar no Twitter.

No dia 19 de dezembro de 2009, Fábio capotou com sua Pajero Mitsubishi dourada na Rua Real Grandeza, próximo ao acesso do Túnel Velho, quando voltava do Aeroporto Internacional Tom Jobim. Segundo uma testemunha, o cineasta, que estava sozinho no carro, teve o veículo fechado por um automóvel e despencou de uma altura de de quatro metros, para a outra pista. No acidente, Fábio sofreu politraumatismos, com predominância de traumatismo cranioencefálico

Integrante de um dos clãs mais importante do cinema brasileiro, Fábio recebia no hospital a visita dos pais pelo menos três vezes por semana, como Barretão revelou ao GLOBO em 2018, ao completar 90 anos. Eles testavam no filho tratamentos de ponta, como o uso de estímulos extracranianos elétricos.

Fábio Barreto deixa a mulher, a atriz Debora Kalume, e quatro filhos.

Texto e imagem reproduzidos do site: oglobo.globo.com

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