quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Cinemas de Estância: o Centro Educativo Gonçalo Prado

 



Post compartilhado da fanpage do Facebook/Memórias de Estância, de 9 de agosto de 2020 

Cinemas de Estância: o Centro Educativo Gonçalo Prado

Um dos cinemas mais charmosos de Estância, o Centro Educativo Gonçalo Prado foi inaugurado em 16 de dezembro de 1944. O idealizador e realizador da obra foi o empresário Júlio César Leite (1896-1990), à época diretor da Fábrica de Tecidos Santa Cruz. O seu objetivo era dotar o bairro operário de um espaço que acolhesse de forma confortável um significativo público e que permitisse, do ponto de vista técnico, a apresentação das grandes companhias teatrais que percorriam o Brasil, assim como a exibição dos grandes sucessos do cinema naquele período. 

Ao longo das décadas de 40, 50, 60 e 70, apresentaram-se no Centro Educativo Gonçalo Prado artistas consagrados, como Luiz Gonzaga, Orlando Silva, Vicente Celestino, Dalva de Oliveira e Grande Otelo. Além disso, foram projetados clássicos a exemplo de Os Brutos Também Amam (faroeste). 

A política de preços dos bilhetes buscava tornar o acesso à casa de espetáculos o mais democrático possível. Além disso, havia um aspecto curioso: só era permitida a entrada de homens que estivessem usando gravata. Mas, como já era de se esperar, essa regra era burlada, conforme indica o pesquisador  Carlos Modesto:

“nem sempre funcionava, porque, às vezes, a pessoa entrava com esse acessório e, pelas laterais, passava, através do muro, a gravata para algum colega que havia esquecido ou que tinha resolvido ver o filme de última hora [...] muitas vezes essa astúcia era empregada para o uso de aproximadamente dez pessoas”. 

Em 1950, a administração do Centro Educativo é passada por Júlio Leite ao seu filho, o engenheiro Jorge Prado Leite. O novo diretor empregou, em fins dessa mesma década, uma grande reforma que durou aproximadamente 2 anos e dotou o cinema da tecnologia de Cinemascope (tela larga). 

Em 1976, com a falta de público para as apresentações e projeções, Jorge Leite decidiu encerrar as atividades neste que é considerado um dos mais belos cinemas da antiga Estância. 

Imagens e informações extraídas de:

MODESTO, Carlos. Sombras da Saudade: a História dos Cinemas da Cidade de Estância. Salvador: Ponto e Vírgula, p. 135-152.

Texto e fotos reproduzidas da fanpage Facebook/Memórias de Estância.

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