Morreu André Setaro
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Tristeza. Um sentimento de perda com danos colaterais. Perdeu a Bahia e o Brasil. Perdeu o cinema. O nosso Cinema, o baiano e o brasileiro. A Jornada da Bahia, o jornalismo, a crítica. Morreu um bom brasileiro baiano – apesar de ser carioca. Um amigo. Companheiro de tantas lutam houveram para serem lutadas por aqueles que contribuíram para o fortalecimento do nosso audiovisual. Baiano, brasileiro, nacional, latino-americano.
Morreu André Setaro.
Por João Baptista Pimentel Neto*
João Baptista Pimentel Neto. Perfil DiálogosSetaro havia sofrido um infarto no miocárdio na madrugada de quarta-feira, 9, e estava internado desde então. Não resistiu. Partiu. Foi visitar Glauber Rocha. Ou não, já que costumava dizer que era anarquista e ateu. Cardíaco e fumante inveterado. Irreverente, irônico e amante da polêmica. Setaro andava preocupado. Principalmente depois da morte do também crítico de cinema, João Carlos Sampaio, vítima de infarto. Em sua coluna no Terra Magazine do dia 5 de maio, Setaro comparou o infarto fulminante sofrido pelo amigo com o de seu pai, que morreu com a mesma idade. “O enfarte fulminante, que tirou a vida de João Carlos Sampaio, é traiçoeiro, e a morte não manda aviso nem recado.Desde criança, ficava apreensivo quando alguém morria do coração. Os médicos sempre diziam que o fator genético é importantíssimo”, registrou.
Depois em posts de seu perfil do facebook, insistiu no assunto e enumerou as vezes que teve problemas do coração e precisou ser operado, até terminar dizendo: “Oito anos já se passaram e continuo carregando minha ‘barca’, ainda que em companhia do inseparável Marlboro e dos goles gulosos na cerveja aos fins de semana”. Parecia preocupado. Parecia quase saber. E assim foi, se foi… Adeus companheiro!
Um pouco sobre
Natural do Rio de Janeiro, Setaro se formou em Direito na Universidade Federal da Bahia. Professor adjunto da Faculdade da Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba) por 35 anos, Setaro era também crítico de cinema do jornal Tribuna da Bahia, uma coluna no Terra Magazine e editor do seu famoso seu Setaro´s Blog.
O crítico analisa o cinema no baiano e nacional e elege Glauber Rocha e sua obra-prima Deus e o Diabo na Terra do Sol como o melhor diretor e respectivamente maior obra cinematográfica do país.Tendo também atuado como assistente de direção e ator em algumas produções baianas, nesta entrevista ao programa Visão de Mundo falou sobre a arte que ele diz ter aprendido a gostar com prazer e sofrimento. “Você não pode só ter prazer, você precisa sofrer para conhecer”, afirmou.
Texto, imagem e vídeo reproduzidos dos sites: observacine wordpress com e youtube com
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Confira a Entrevista de Setaro a Sandro Santana publicada no Caderno de Cinema:
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