sábado, 20 de maio de 2017

Randolph Scott


Publicada originalmente no Jornal do Dia, em 10/02/2015.

Randolph Scott.
Por Vieira Neto*

"Morreu Randolph Scott". A manchete estampada em jornais e revistas de quase todos os países, pegou muita gente de surpresa. Afastado há anos das telas de cinema, Scott, para grande parte dos fãs já estava morto.

Nascido a 23 de janeiro de 1903, no estado da Virgínia (EUA), Randolph Crane - nome verdadeiro do ator - nunca teve problemas financeiros. Filho de pais ricos, estudou engenharia na Universidade de Carolina do Norte. Anos depois, incorporou-se ao teatro Pasadena  Playhose, na Califórnia, de onde saiu com o auxílio de Howard Hughes, para as telas de Hollywood.

Entre 1950 e 53, Randolph Scott, atingindo o auge do sucesso, tornou-se um dos mais requisitados galãs do cinema americano, fato que lhe permitiu reduplicar a fortuna herdada dos pais.

Alto - tinha dois metros de altura - e dono de um rosto de traços bem marcados, o ator trabalhou em inúmeros westerns, destacando-se "Jesse James ",  "O último dos moicanos"  e  "Santa Fé". Atuou também em musicais como "Roberta", com Fred Asater Astaire e Cinger Rogers, e comédias como "Minha Esposa Favorita", com Irene Dunne e Cary Grant, com quem viria a manter anos depois, uma relação homoafetiva que a todos surpreendeu. Em 1962, despediu-se do cinema no excelente "Pistoleiros ao entardecer", de San Packipah.

Quanto à sua vida sentimental, pode -se dizer que foi relativamente calma. Antes de se unir ao ator Cary Grant, casou-se com Mariana Sommerville Dupont. Da rica família das industrias Dupont. Após o divórcio, casou-se em 1944, pela segunda vez, com a ex-atriz Patrícia Stilman, que lhe deu dois filhos: Cristopher e Sandra. Separando-se de Patrícia, ele foi viver com o ator Cary Grant. E ,como nos contos de fadas, foram felizes para sempre.

Avesso à publicidade, Scott declarou um ano antes de se aposentar, o que pensava da fama obtida no cinema: "Sempre recordo o que dizia o produtor David Belasco, que acreditava que astros e estrelas não deveriam se deixar ver em público a menos que fossem pagos para isso. Para mim, a afirmação de Belasco faz sentido.

Vale lembrar que a estrela mais fascinante e enigmática da indústria cinematográfica foi, sem dúvida alguma, Greta Garbo e por uma razão muito simples: ela se mantinha afastada do público. Assim, cada espectador tinha sua própria ideia do que ela era realmente. Fácil imaginar que, caso seus fás conhecessem esse pensamento de Randolph Scott, jamais encarariam com perplexidade a pacata morte ao entardecer, do "Pistoleiro" que era um "gigante" com os seus dois metros de altura.

* Resumo do capítulo 96 do meu livro inédito "101 ícones do cinema que nunca sairão de Cena.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldodiase.com.br

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