Foto: Jornal do Dia, reproduzida do site: infonet.com.br
Postada pelo blog "Cinemateca da Saudade",
para ilustrar o presente artigo.
Texto publicado originalmente no Facebook/Amaral Cavalcante, em 29/09/17
Justiça e gratidão
Por Amaral Cavalcante.
Participei das homenagens prestadas pelo TCE/Se. ao
fotógrafo Waldemar Lima, um sergipano de merecido destaque na arte
cinematográfica, companheiro de Glauber Rocha na invenção do Cinema Novo.
Waldemar, com uma câmera na mão e o tropicalismo na cabeça,
imprimiu aquela luz absurdamente tropical que caracteriza a produção do
cineasta baiano em filmes cult como “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e
“Barravento”.
Do elogiável trabalho da Equipe comandada por Clóvis
Barbosa, no TCE - que vem tratando de reavivar na memória dos sergipanos os
heróis esquecidos da sua cultura - resultaram um livro sobre o homenageado
organizado por Marcos Cardoso, um filme documentário produzido por Pascoal
Maynard e uma exposição de fotos antigas de Aracaju pontuadas por trechos de
poemas de Luiz Eduardo Oliva.
Uma justa homenagem, sobretudo oportuna. Na solenidade, o
que mais me tocou foi a manifesta gratidão de Clóvis Barbosa - investido da
honrosa condição de presidente do nosso Tribunal de Contas - a Djaldino Mota
Moreno, seu mentor cultural na juventude quando integrava a JOVREU, com quem
aprendeu a valorizar a arte e a cultura como essenciais à formação integral do
cidadão. Em grande parte do seu discurso, o bem sucedido advogado e homem
publico revelou que foi sob a liderança de Djaldino que aprendeu a apreciar e a
fazer cinema, a promover encontros e debates culturais e, principalmente, a ser
um cidadão socialmente correto.
Djaldino estava lá, ancho de satisfação, a receber a
benéfica gratidão do seu antigo pupilo com os olhos marejados; uma sensação que
deveria ser estendida a tantos que, como ele, estiveram algum tempo removendo
da pasmaceira provinciana que até hoje nos acomete, as mais brilhantes
individualidades.
E como este reconhecimento torna-se cada dia mais raro entre
nós, confesso que tive inveja de Djaldino.
Texto reproduzido do Facebook/Amaral Cavalcante.
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