domingo, 3 de dezembro de 2017

O erótico “Emmanuelle”, de Just Jaeckin, de 1974


Publicado originalmente no Facebook/Nirton Venancio, em 02/12/2017.

COEUR D'EMMANUELLE.
Por Nirton Venâncio.

O erótico “Emmanuelle”, de Just Jaeckin, produção francesa de 1974, ao contrário da avalanche de filmes pornográficos que foram lançados no Brasil com liberação da censura no final dos anos 70, trazia outros conceitos para o gênero. Estreou em telas brasileiras em 1978.

“Emmanuelle” tinha de tudo em termo de sexo e suas possibilidades de explorar o máximo do prazer: sexo a dois, a três, a quatro, sexo em avião (que depois ficou conhecido como “mile high club”), masturbação, a técnica de pompoarismo que mostrava uma vagina fumando um cigarro etc etc etc. Tudo isso sem sexo explícito e em estilo requintado, ambientes exóticos, mulheres lindas, homens sedutores, locais paradisíacos, trilha sonora com gemidos composta por Pierre Bachelet, e uma historinha para justificar tantas sacanagens.

“Emmanuelle” mexeu com 50 milhões espectadores no mundo inteiro por conta desse erotismo “soft” que provocava a imaginação e cutucava os desejos mais reprimidos nos homens e mulheres. “Soft” , mas direto, sem arrodeios, sem muitas palavras e pouca roupa, com uma “tese” muito segura sobre uma visão do sexo fora dos padrões.

A atriz holandesa Sylvia Kristel, que morreu há cinco anos, aos 60, encarnou com perfeição a Emmanuelle que existe nas mulheres e que os homens desejam, pelo menos assim o filme provocava uma discussão no subtexto. A atriz escolhida não tinha nenhum protótipo de mulherão, de gostosa... E isso nunca foi necessário nem condição para definir beleza feminina e sensualidade. Esse poder está na essência do eterno feminino, na volúpia de sua sexualidade natural, única.

O filme teve sequências muito ruins, fazendo uma variação equivocada do primeiro, partindo para o explícito mesmo e fim de papo. Sylvia Kristel fez dezenas de outros filmes, inclusive retomando Emmanuelle como referência, e, de certa forma, ficou marcada pela personagem criada ainda no final da década de 50 pela escritora Emmanuelle Arsan. Não sei se existe algo de biográfico entre uma e outra. Sei que tem entre todos nós. Ou não?

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Nirton Venancio.

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