Cine Glória ou cinema de Edinho, em Lagarto/SE.
Foto: acervo de Floriano Santos Fonseca.
Reproduzida do blog: imagensdeontem.blogspot.com.br
Texto publicado originalmente no blog CRÔNICAS DE UM TEMPO
O Cinema Acabou
Por Floriano Fonseca
Entre os anos trinta e setenta Lagarto possuiu cinema e hoje
como em quase todas as pequenas cidades do interior esse importante tipo de
diversão foi extinto. Zé Dantas Colecionava cartazes de filmes e sempre que
podia acrescentava mais um - não sei qual a forma - Havia sempre um cavalete do
cine Glória na esquina das Ruas Laudelino Freire e Lupicínio Barros anunciando
a atração do dia. Os cowboys com Franco Nero, Giuliano Gema e Clint Eastwood
eram os preferidos, mas também filmes de Maciste e gladiadores faziam a festa.
No final dos anos setenta surgiram os de artes marciais e nas noites de
segundas-feiras assim que as portas do cinema se abriam após a sessão, saia a molecada
a imitar os golpes a gritos de “iáááá” e foi assim que os filmes passaram a ser
chamados: filmes de iá. Surgiu também um herói que se vestia de branco e era
denominado Santo que lutava contra zumbis e múmias. Faltar a um filme de
Roberto Carlos e naturalmente a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo
seria quase pecado. Depois vieram os trapalhões com suas comédias pastelões.
Claro que os filmes de Drácula eram ótimos para namorar. Quem não chorou ao ver
Teixeirinha cantar o coração de luto? Dio come ti amo que fazia os casais de
namorados se beijarem transformando o escurinho do cinema numa sessão de
beijoqueiros? Hoje no local do Cine Glória ou cinema de Edinho está erigido o
prédio do Bradesco, mas também existiu o Cine Pérola que pertenceu a Julio
Modesto, uma construção bonita com espelhos na entrada uma bela escada circular
que dava para a geral, todo decorado com pinturas egípcias e o mais bonito era
quando o filme ia começar: as cortinas se abrindo as luzes se apagando e o som
do "tuuuum", que se misturava ao Tema de Lara. Foi numa matinêˆ que
eu beijei a primeira namorada. Na parte da geral havia algumas cadeiras que
ficavam bem acima das outras e que eram exclusivas de seu Detinho da Radiofon.
Hoje o prédio abriga a Caixa Econômica.
Texto reproduzido do blog: cronicasdeumtempo.blogspot.com
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