Infonet - Cultura - Noticias - 13/03/2008.
Moviecom fecha as portas em Aracaju – Ivan Valença.
Fechamento de cinemas sempre deixa alguma tristeza,
principal no cinéfilo mais enraizado
Moviecom – uma empresa paulista que administra em torno de
150 salas de exibição, em geral no interior de São Paulo, do Rio e de Minas
Gerais – está encerrando suas atividades em Aracaju, cinco depois de ter
aportado, com 5 salas exibidoras no Shopping Rio Mar.
Fechamento de cinemas sempre deixa alguma tristeza,
principal no cinéfilo mais enraizado, aquele que não perde um bom filme, em
qualquer lugar que esteja sendo exibido. Aqui não se trata propriamente do
fechamento de cinemas – mas poderá ser, claro – mas o encerramento das
atividades de uma empresa exibidora. As salas vão continuar no mesmo local,
fechadas, à espera de quem queira explorá-las.
Fica-se torcendo para que outros grupos exibidores – como a
UCI e a Hoyt, a primeira inglesa, a segunda australiana – que operam no país
manifestem interesse nas salas. Tomará que até o próprio Cinemark, o grupo que
opera as 9 salas do Shopping Jardins consigam fazer negócios, antes que o
espaço interesse à Igreja Universal do Reino de Deus, este “fantasma” que
sempre persegue as salas de cinema desativadas.
O interessante é que o fechamento das salas do Moviecom
causa tristeza, sim, mas não tanto quanto o fechamento das chamadas salas de
rua. Até hoje a gente lamenta o desaparecimento do Rio Branco – se estivesse
“vivo” seria o cinema mais velho do mundo -, do Vitória, do Palace, do Rex, do
Guarany, do Tupi, do Bomfim, do São Francisco, até do Atalaia, no Santo
Antônio, e do Plaza, que tinha mais de 1 mil poltronas.
Hoje, no mundo inteiro, até por uma questão de segurança, os
cinemas prosperam nos shoppings. Também pelo fato de que os terrenos em ruas
ficaram excessivamente caros, que não dá para comprar um e montar uma sala de
cinema. É melhor comprar o terreno e fazer um prédio.
Então, o fechamento destas salas põe em risco a exibição
cinematográfica? Não propriamente. É bem verdade que os Estados Unidos já
tiveram mais do que as 22 mil salas de hoje. Que o Brasil precisa de pelo menos
6 mil salas e não somente as 1.500 salas que tem hoje. A questão é que cinema,
tanto na produção quanto na exibição, continua sendo uma atividade de risco.
Então, vamos prantear hoje a última sessão de cinema do
Moviecom. Está marcada para as 21h40. Os que já estão saudosos dele poderão ir
ver “Meu Nome Não é Johnny” e entoar o “Requiescat in pace”.
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Filmes que não entrarão mais em cartaz.
Rosângela Rocha, diretora-geral do Curta-SE.
Infonet - Cultura - Especial - 13/03/2008.
Última sessão de cinema: Moviecom encerra atividades em
Aracaju
O cinema Moviecom encerra as atividades em Aracaju nesta
quinta-feira
Vazio. Era assim que estava o Moviecom em seu penúltimo dia
de funcionamento em Aracaju, nessa quarta-feira, 12. Após a exibição da sessão
das 21h40, desta quinta, 13, do filme ‘Meu Nome não é Johnny’ o cinema encerra
as atividades em Sergipe.
Com lacônica nota divulgada no último dia 23 de fevereiro, a
empresa se despediu dos clientes. De acordo com o texto, o principal motivo
para o fechamento foi a queda de faturamento e aumento dos custos. Para Roberto
Nunes, organizador do projeto Cine Cult, que começou no Moviecom, o cinema foi
prejudicado pelo momento pelo qual passa o shopping Riomar, onde está
instalado.
Variedade
Ele, Rosângela Rocha, coordenadora-geral do Curta-SE, e Ivan
Valença, jornalista e cinéfilo, concordam que não será uma perda muito grande
quanto à variedade de títulos de filmes. “Ainda
que seja doloroso perder um cinema, a variedade continuará pequena”, acredita Rosângela
Rocha.
Nunes acrescenta que normalmente os filmes que estreavam no
Moviecom também estavam em cartaz no outro cinema da cidade, o Cinemark. “Claro
que a gente lastima o fechamento de um cinema, mas isso não provoca grandes
modificações na oferta de programação”, disse.
Os três cinéfilos também afirmam que estão na torcida para
que as salas sejam em breve ocupadas por uma outra empresa. “Fica-se torcendo
para que outros grupos exibidores – como a UCI e a Hoyt, a primeira inglesa, a
segunda australiana – que operam no país manifestem interesse nas salas”, acrescenta
Ivan Valença.
Multiplex
O fechamento reduz ainda mais as opções de cinema na cidade,
única do Estado que tem salas de exibição em funcionamento. Roberto Nunes conta
que existe uma tendência mundial de redução
desses espaços. “Apenas 5% dos municípios têm salas de
cinema”, conta.
E na maioria dessas cidades, como em Aracaju, existe apenas
o modelo de cinema multiplex, com várias salas normalmente instaladas em
shoppings. Em Aracaju, cinemas de rua, como o Rio Branco, Vitória e Palace
fecharam há um bom tempo.
Roberto acredita que atualmente o cinema não é mais uma
diversão isolada. “As pessoas estão passeando no shopping e decidem ir ao
cinema depois das compras”, diz. Para ele, seria muito difícil uma sala de rua
se sustentar atualmente. Rosângela Rocha, porém aposta na revitalização de
espaços como o Cine Vitória ou o Palace, para promover uma maior diversificação
nos títulos.
Texto e fotos reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura
Texto e fotos reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura
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