terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Moviecom fecha as portas em Aracaju (2008)



Infonet - Cultura - Noticias - 13/03/2008.

Moviecom fecha as portas em Aracaju – Ivan Valença.

Fechamento de cinemas sempre deixa alguma tristeza, principal no cinéfilo mais enraizado

Moviecom – uma empresa paulista que administra em torno de 150 salas de exibição, em geral no interior de São Paulo, do Rio e de Minas Gerais – está encerrando suas atividades em Aracaju, cinco depois de ter aportado, com 5 salas exibidoras no Shopping Rio Mar.

Fechamento de cinemas sempre deixa alguma tristeza, principal no cinéfilo mais enraizado, aquele que não perde um bom filme, em qualquer lugar que esteja sendo exibido. Aqui não se trata propriamente do fechamento de cinemas – mas poderá ser, claro – mas o encerramento das atividades de uma empresa exibidora. As salas vão continuar no mesmo local, fechadas, à espera de quem queira explorá-las.

Fica-se torcendo para que outros grupos exibidores – como a UCI e a Hoyt, a primeira inglesa, a segunda australiana – que operam no país manifestem interesse nas salas. Tomará que até o próprio Cinemark, o grupo que opera as 9 salas do Shopping Jardins consigam fazer negócios, antes que o espaço interesse à Igreja Universal do Reino de Deus, este “fantasma” que sempre persegue as salas de cinema desativadas.

O interessante é que o fechamento das salas do Moviecom causa tristeza, sim, mas não tanto quanto o fechamento das chamadas salas de rua. Até hoje a gente lamenta o desaparecimento do Rio Branco – se estivesse “vivo” seria o cinema mais velho do mundo -, do Vitória, do Palace, do Rex, do Guarany, do Tupi, do Bomfim, do São Francisco, até do Atalaia, no Santo Antônio, e do Plaza, que tinha mais de 1 mil poltronas.

Hoje, no mundo inteiro, até por uma questão de segurança, os cinemas prosperam nos shoppings. Também pelo fato de que os terrenos em ruas ficaram excessivamente caros, que não dá para comprar um e montar uma sala de cinema. É melhor comprar o terreno e fazer um prédio.

Então, o fechamento destas salas põe em risco a exibição cinematográfica? Não propriamente. É bem verdade que os Estados Unidos já tiveram mais do que as 22 mil salas de hoje. Que o Brasil precisa de pelo menos 6 mil salas e não somente as 1.500 salas que tem hoje. A questão é que cinema, tanto na produção quanto na exibição, continua sendo uma atividade de risco.

Então, vamos prantear hoje a última sessão de cinema do Moviecom. Está marcada para as 21h40. Os que já estão saudosos dele poderão ir ver “Meu Nome Não é Johnny” e entoar o “Requiescat in pace”.

........................................................................................................................................

 Filmes que não entrarão mais em cartaz.

Rosângela Rocha, diretora-geral do Curta-SE.

Infonet - Cultura - Especial - 13/03/2008.

Última sessão de cinema: Moviecom encerra atividades em Aracaju
O cinema Moviecom encerra as atividades em Aracaju nesta quinta-feira

Vazio. Era assim que estava o Moviecom em seu penúltimo dia de funcionamento em Aracaju, nessa quarta-feira, 12. Após a exibição da sessão das 21h40, desta quinta, 13, do filme ‘Meu Nome não é Johnny’ o cinema encerra as atividades em Sergipe.

Com lacônica nota divulgada no último dia 23 de fevereiro, a empresa se despediu dos clientes. De acordo com o texto, o principal motivo para o fechamento foi a queda de faturamento e aumento dos custos. Para Roberto Nunes, organizador do projeto Cine Cult, que começou no Moviecom, o cinema foi prejudicado pelo momento pelo qual passa o shopping Riomar, onde está instalado.

Variedade

Ele, Rosângela Rocha, coordenadora-geral do Curta-SE, e Ivan Valença, jornalista e cinéfilo, concordam que não será uma perda muito grande quanto à variedade de títulos de filmes. “Ainda

que seja doloroso perder um cinema, a variedade  continuará pequena”, acredita Rosângela Rocha.

Nunes acrescenta que normalmente os filmes que estreavam no Moviecom também estavam em cartaz no outro cinema da cidade, o Cinemark. “Claro que a gente lastima o fechamento de um cinema, mas isso não provoca grandes modificações na oferta de programação”, disse.

Os três cinéfilos também afirmam que estão na torcida para que as salas sejam em breve ocupadas por uma outra empresa. “Fica-se torcendo para que outros grupos exibidores – como a UCI e a Hoyt, a primeira inglesa, a segunda australiana – que operam no país manifestem interesse nas salas”, acrescenta Ivan Valença.

Multiplex

O fechamento reduz ainda mais as opções de cinema na cidade, única do Estado que tem salas de exibição em funcionamento. Roberto Nunes conta que existe uma tendência mundial de redução

desses espaços. “Apenas 5% dos municípios têm salas de cinema”, conta.

E na maioria dessas cidades, como em Aracaju, existe apenas o modelo de cinema multiplex, com várias salas normalmente instaladas em shoppings. Em Aracaju, cinemas de rua, como o Rio Branco, Vitória e Palace fecharam há um bom tempo.

Roberto acredita que atualmente o cinema não é mais uma diversão isolada. “As pessoas estão passeando no shopping e decidem ir ao cinema depois das compras”, diz. Para ele, seria muito difícil uma sala de rua se sustentar atualmente. Rosângela Rocha, porém aposta na revitalização de espaços como o Cine Vitória ou o Palace, para promover uma maior diversificação nos títulos.

Texto e fotos reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura

Nenhum comentário:

Postar um comentário