Dona Flor e Seus Dois Maridos: Sônia Braga em sua
melhor
forma e trama cativante baseada em Jorge Amado
Imagem: Divulgação
Publicado originalmente no site da reviista Istoé Gente, em 03/12/2001
Dona Flor e Seus Dois Maridos
Maior bilheteria da história do cinema nacional volta às
telas em cópia restaurada, com algumas cenas inédita
Por Mauro Ferreira
Em 1976, Dona Flor e Seus Dois Maridos arrastou cerca de 12
milhões de espectadores ao cinema – um recorde antológico que nunca seria
superado por produções nacionais. Foi a consagração do cineasta Bruno Barreto,
que deu um banho de loja no filme para relançá-lo em circuito nacional a partir
da sexta-feira 30, com cenas extras, suprimidas da versão original por ordem da
censura da época.
A idéia é comemorar os 25 anos do filme. Bem, se você foi um
dos 12 milhões de espectadores de 1976, as imagens inéditas não justificam nova
ida ao cinema. Há, apenas, uma lírica cena de sexo anal entre Flor (Sônia
Braga, no auge da forma) e Vadinho (José Wilker), além de algumas seqüências
que, se foram ousadas para a época, hoje soam banais diante da erotização da
televisão brasileira.
Vale, sim, rever o filme por conta dos detalhes técnicos que
tornam ainda mais saborosa a história de Jorge Amado. O som, agora em dolby estéreo,
põe o filme em pé de igualdade com os últimos lançamentos do cinema. E a imagem
da cópia restaurada é perfeita, por acentuar o contraste de cores, apagadas na
fita original.
Técnica à parte, o melhor de Dona Flor ainda é sua trama
cativante, filmada por Barreto sem pretensões intelectuais. História apimentada
pelo cenário natural do filme, a Bahia sensual de Jorge Amado, com malandros,
prostitutas e uma quituteira fogosa como Dona Flor. A receita era mesmo
infalível e trouxe, de sobremesa, desempenhos irretocáveis de Sônia, Wilker e
Mauro Mendonça (impagável como o conservador Teodoro). Enfim, um clássico que
merecia a tecnologia digital para se eternizar nas telas. Sexo com dendê.
Texto e imagem reproduzidos do site: terra.com.br/istoegente
Nenhum comentário:
Postar um comentário