sexta-feira, 21 de junho de 2019

Polêmico 'Cleópatra', fez 50 anos (2013)

A atriz Elizabeth Taylor em cena do filme 'Cleópatra' 
Foto: AFP

Publicado originalmente no site G1 Globo, em 02/06/2013 

Polêmico 'Cleópatra', com Elizabeth Taylor e Richard Burton, faz 50 anos

Filme ficou marcado por relação de atores também na vida real

Fox quase foi à falência por orçamento equivalente a US$ 330 milhões.

Da EFE

"Cleópatra", o filme que quase levou a Fox à falência e que viu nascer o romance entre Elizabeth Taylor e Richard Burton, completa nesta quarta-feira (12) 50 anos de sua estreia nos Estados Unidos.

Ganhador de quatro Oscars – direção de arte, fotografia, figurino e efeitos especiais – e indicado a outros cinco – ator (Rex Harrison), montagem, trilha sonora original, som e melhor filme –, o filme contou com um orçamento de US$ 44 milhões, equivalentes a cerca de US$ 330 milhões na atualidade. No final, a arrecadação na bilheteria mundial foi de US$ 71 milhões.

Pelo contrato com Elizabeth Taylor, a Fox se tornou o primeiro estúdio a assinar um contrato de US$ 1 milhão com uma estrela de Hollywood. Mas, àquela altura, o estúdio já tinha vivido todo um inferno de adversidades.

A pré-produção começou no verão de 1960, nos estúdios Pinewood, próximo de Londres. O diretor artístico John DeCuir começou a construir os exóticos cenários que tinham encantado os executivos do estúdio meses antes. Contudo, diante da desistência do diretor Rouben Mamoulian e da pneumonia de Elizabeth Taylor – que passou por uma traqueostomia –, a filmagem se mudou para Roma. Buscava-se um clima que não afetasse a recuperação da atriz.

A filmagem foi, então, retomada nos estúdios Cinecittá, mesmo com o alto custo da redecoração dos cenários, incluída a reconstrução de Alexandria. O projeto, nessa fase, contava com o cineasta Joseph L. Mankiewicz à frente, mas havia registrado as baixas de Peter Finch (que faria Julio César) e Stephen Boyd (Marco Antonio) – ambos alegaram outros compromissos na agenda.

Elizabeth Taylor e Richard Burton em cena de
'Cleópatra' (Foto: Divulgação)

Casal polêmico

Rex Harrison e Richard Burton, respectivamente, assumiram os papéis, e a gravação se estendeu por dois anos e meio. A versão entregue por Mankiewicz era de seis horas, mas o estúdio o obrigou a reduzir a 192 minutos, apesar do pedido do cineasta para que lançassem o filme em duas partes, intituladas como "Cesar e Cleópatra" e "Antonio e Cleópatra".

A Fox se negou categoricamente e tentou aproveitar o impulso midiático gerado pela relação sentimental entre seus protagonistas – acossados constantemente pela imprensa sensacionalista –, embora anos depois tenha lançado uma versão de 243 minutos, a primeira redução que feita originalmente por Mankiewicz.

Elizabeth Taylor usou 65 vestidos diferentes no filme, incluído um, o de sua entrada em Roma, confeccionado com peças de ouro 24 quilates. O orçamento só para o figurino da atriz chegou a US$ 200 mil da época. A história sobre "a rainha do Nilo" era o sonho do renomado produtor Walter Wanger.

Para encarnar esse ícone feminino, considerado uma das mulheres mais fascinantes da História, Wanger procurava uma intérprete com a mistura perfeita de beleza, inteligência e força.

O produtor soube que a tinha encontrado quando viu Elizabeth em "Um lugar ao Sol", filme de 1951 de George Stevens, apesar da preferência do estúdio por atrizes como Joan Collins e Susan Hayward, enquanto o alvo de Mamoulian era Dorothy Dandridge.

O escândalo originado pelo romance entre Elizabeth Taylor e Richard Burton, que acabou com seus respectivos casamentos, é tão lembrado hoje quanto as joias de Bulgari que a atriz usou em "Cleópatra".

"Eu introduzi Liz no mundo da cerveja. Ela me ensinou o que era Bulgari. A única palavra que sei dizer em italiano é Bulgari', explicou Burton, que também lembrava que o casal não se incomodou com declarações do Vaticano sobre seu romance, inclusive qualificando Elizabeth como uma mãe "inadequada" e uma "vagabunda erótica".

Os atores se casaram em 1964 para se divorciarem uma década depois, casarem de novo em 1975 e divorciarem-se em 1976.

Cinco décadas depois, Angelina Jolie quer reviver o trabalho de Elizabeth Taylor em uma nova aproximação à figura da rainha egípcia, mas por enquanto parece que o projeto, nas mãos da Sony Pictures, já se deparou com a rejeição de diretores como James Cameron, Paul Greengrass, David Fincher e Ang Lee.

Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com

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