A atriz Elizabeth Taylor em cena do filme 'Cleópatra'
Foto: AFP
Publicado originalmente no site G1 Globo, em 02/06/2013
Polêmico 'Cleópatra', com Elizabeth Taylor e Richard Burton,
faz 50 anos
Filme ficou marcado por relação de atores também na vida
real
Fox quase foi à falência por orçamento equivalente a US$ 330
milhões.
Da EFE
"Cleópatra", o filme que quase levou a Fox à
falência e que viu nascer o romance entre Elizabeth Taylor e Richard Burton,
completa nesta quarta-feira (12) 50 anos de sua estreia nos Estados Unidos.
Ganhador de quatro Oscars – direção de arte, fotografia,
figurino e efeitos especiais – e indicado a outros cinco – ator (Rex Harrison),
montagem, trilha sonora original, som e melhor filme –, o filme contou com um
orçamento de US$ 44 milhões, equivalentes a cerca de US$ 330 milhões na
atualidade. No final, a arrecadação na bilheteria mundial foi de US$ 71
milhões.
Pelo contrato com Elizabeth Taylor, a Fox se tornou o
primeiro estúdio a assinar um contrato de US$ 1 milhão com uma estrela de
Hollywood. Mas, àquela altura, o estúdio já tinha vivido todo um inferno de
adversidades.
A pré-produção começou no verão de 1960, nos estúdios
Pinewood, próximo de Londres. O diretor artístico John DeCuir começou a
construir os exóticos cenários que tinham encantado os executivos do estúdio
meses antes. Contudo, diante da desistência do diretor Rouben Mamoulian e da
pneumonia de Elizabeth Taylor – que passou por uma traqueostomia –, a filmagem
se mudou para Roma. Buscava-se um clima que não afetasse a recuperação da
atriz.
A filmagem foi, então, retomada nos estúdios Cinecittá,
mesmo com o alto custo da redecoração dos cenários, incluída a reconstrução de
Alexandria. O projeto, nessa fase, contava com o cineasta Joseph L. Mankiewicz
à frente, mas havia registrado as baixas de Peter Finch (que faria Julio César)
e Stephen Boyd (Marco Antonio) – ambos alegaram outros compromissos na agenda.
Elizabeth Taylor e Richard Burton em cena de
'Cleópatra' (Foto: Divulgação)
Casal polêmico
Rex Harrison e Richard Burton, respectivamente, assumiram os
papéis, e a gravação se estendeu por dois anos e meio. A versão entregue por
Mankiewicz era de seis horas, mas o estúdio o obrigou a reduzir a 192 minutos,
apesar do pedido do cineasta para que lançassem o filme em duas partes,
intituladas como "Cesar e Cleópatra" e "Antonio e
Cleópatra".
A Fox se negou categoricamente e tentou aproveitar o impulso
midiático gerado pela relação sentimental entre seus protagonistas – acossados
constantemente pela imprensa sensacionalista –, embora anos depois tenha
lançado uma versão de 243 minutos, a primeira redução que feita originalmente
por Mankiewicz.
Elizabeth Taylor usou 65 vestidos diferentes no filme,
incluído um, o de sua entrada em Roma, confeccionado com peças de ouro 24
quilates. O orçamento só para o figurino da atriz chegou a US$ 200 mil da
época. A história sobre "a rainha do Nilo" era o sonho do renomado
produtor Walter Wanger.
Para encarnar esse ícone feminino, considerado uma das
mulheres mais fascinantes da História, Wanger procurava uma intérprete com a
mistura perfeita de beleza, inteligência e força.
O produtor soube que a tinha encontrado quando viu Elizabeth
em "Um lugar ao Sol", filme de 1951 de George Stevens, apesar da
preferência do estúdio por atrizes como Joan Collins e Susan Hayward, enquanto
o alvo de Mamoulian era Dorothy Dandridge.
O escândalo originado pelo romance entre Elizabeth Taylor e
Richard Burton, que acabou com seus respectivos casamentos, é tão lembrado hoje
quanto as joias de Bulgari que a atriz usou em "Cleópatra".
"Eu introduzi Liz no mundo da cerveja. Ela me ensinou o
que era Bulgari. A única palavra que sei dizer em italiano é Bulgari', explicou
Burton, que também lembrava que o casal não se incomodou com declarações do
Vaticano sobre seu romance, inclusive qualificando Elizabeth como uma mãe
"inadequada" e uma "vagabunda erótica".
Os atores se casaram em 1964 para se divorciarem uma década
depois, casarem de novo em 1975 e divorciarem-se em 1976.
Cinco décadas depois, Angelina Jolie quer reviver o trabalho
de Elizabeth Taylor em uma nova aproximação à figura da rainha egípcia, mas por
enquanto parece que o projeto, nas mãos da Sony Pictures, já se deparou com a
rejeição de diretores como James Cameron, Paul Greengrass, David Fincher e Ang
Lee.
Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com
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