Charles Chaplin
Charles Spencer Chaplin, mais conhecido como Charlie ou
Charles Chaplin, nasceu no dia 16 de abril de 1889, em Londres, na Inglaterra,
e morreu aos 88 anos, em um dia de Natal, no dia 25 de dezembro de 1977, em
Corsier-sur-Vevey, Vaud, na Suíça. Charles Chaplin se tornou uma figura
emblemática da era do cinema mudo e, em especial, ficou conhecido pelo
personagem Carlitos (ou O Vagabundo), criado e interpretado por ele mesmo. Além
de ator, Chaplin foi também diretor, produtor, humorista, empresário, escritor,
comediante, dançarino, roteirista e músico britânico. Chaplin é um dos
primeiros astros da história do cinema, elevando a indústria a um patamar que
poucos ousaram imaginar na época. Entre os seus filmes mais conhecidos estão
Luzes da Cidade e Tempos Modernos.
Infância pobre
Charles Chaplin foi abandonado pelo pai Charles Spencer
Chaplin Sr., um alcoólatra, quando era muito pequeno. Sua mãe, Hannah Chaplin,
atriz e cantora, ficou com o menino e o meio-irmão mais velho, Sydney. Sua mãe,
que viria a sofrer problemas mentais graves e teve que ser internada em um
asilo, foi capaz de sustentar a família apenas por alguns anos. Contudo, ela
foi a responsável por inserir o filho mais novo no mundo da performance. Logo
cedo, Chaplin mostrou talento para comédia. Contudo, como sua mãe perdeu a voz
devido uma laringite e estava impedida de cantar, Charles e Sydney tiveram que
achar uma casa e moraram em lugares pobres de Londres.
Início de carreira
Mais que de máquinas, precisamos de humanidade.
Chaplin estava determinado a fazer do seu show o seu negócio
e, em 1897, usando os contatos de sua mãe, entrou para uma trupe de dança.
Chaplin fez sua estréia como ator como um pajem em uma produção de Sherlock
Holmes. Em 1914, fez sua estréia no cinema em um curta chamado Making a Living,
nos Estados Unidos. A partir dali começou a desenvolver o personagem Carlitos
(ou o Vagabundo), que se tornaria um verdadeiro sucesso. A primeira aparição de
Carlitos para o público aconteceu no filme Kid Auto Races at Venice, lançado em
7 de fevereiro de 1914, produzido pelo estúdio Keystone.
Durante o próximo ano, Chaplin apareceu em 35 filmes. No
mesmo ano trocou de estúdio e foi para a Companhia Essanay, que concordou em
pagar-lhe US$ 1.250 por semana. A essa altura, Chaplin, que havia contratado o
seu irmão Sydney para ser seu gerente de negócios, já era um astro.
Perfeccionismo à exaustão
A persistência é o caminho do êxito.
Mais tarde, mudou novamente de estúdio, desta vez para a
Companhia Mutual, que lhe pagava US$ 670 mil por ano. Com a Mutual, ele fez
alguns de seus melhores trabalhos, incluindo Carlitos Boêmio (1916), Casa de
Penhores (1916), Carlitos Presidiário (1917), e Carlitos Guarda Noturno (1917).
Através de seu trabalho, Chaplin passou a ser conhecido por
seu exaustivo perfeccionismo. Seu amor pela experimentação muitas vezes
significava inúmeras refilmagens e não era incomum ele pedir a reconstrução de
um set inteiro. Também não era raro ele começar como um ator principal,
perceber que cometeu um erro no seu casting, e começar de novo com outra
pessoa.
Mas os resultados de tanto trabalho eram compensados com
sucesso. Durante a década de 1920, ele fez alguns filmes marcantes, incluindo O
Garoto (1921), Pastor de Almas (1923), Casamento ou Luxo? (1923), Em Busca do
Ouro (1925) e O Circo (1928). Os três últimos foram lançados pela United
Artists, empresa de Chaplin co-fundada em 1919 com Douglas Fairbanks, Mary
Pickford e DW Griffith.
Casos amorosos
Nada é permanente nesse mundo cruel - nem mesmo os nossos
problemas.
Chaplin tornou-se igualmente famoso por sua vida pessoal.
Seus casos amorosos com atrizes que tiveram papéis em seus filmes eram
constantes. Em 1918, ele rapidamente se casou com Mildred Harris, de 16 anos. O
casamento durou dois, e, em 1924, ele se casou novamente, com a atriz Lita
Grey, também de 16 anos. O casamento foi provocado por uma gravidez não
planejada e da união nasceram Charles Jr. e Sydney. O casal se separou em 1927.
Em 1936, Chaplin casou-se novamente, com Paulette Goddard.
Ficaram juntos até 1942. A separação foi seguida por um processo de paternidade
desagradável com outra atriz, Joan Barry, em que testes provaram que Chaplin
não era o pai de sua filha, mas mesmo assim o júri ordenou que ele pagasse
pensão alimentícia. Em 1943, Chaplin casou-se com Oona O'Neil, de 18 anos de
idade, filha do dramaturgo Eugene O'Neil. Os dois teriam um casamento feliz,
que resultaria em oito crianças para o casal.
Consagração de Chaplin e o adeus aos EUA
Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum.
Chaplin continuou criando filmes interessantes e envolventes
na década de 1930. Em meio ao avanço dos filmes sonoros, produziu Luzes da
Cidade (1931) e Tempos Modernos (1936) antes de abraçar o cinema
"falado". Esses filmes foram essencialmente mudos, porém possuíam
música sincronizada e efeitos sonoros. Ambos os filmes seriam a sua
consagração. Tempos Modernos, em especial, traçava uma critica mordaz sobre a
economia e política mundiais. Chaplin foi ainda mais longe com o filme O Grande
Ditador (1940), em que ridicularizou os governos de Hitler e Mussolini.
No entanto, Chaplin não era aplaudido universalmente. Suas
inúmeras relações românticas atiçaram a fúria de alguns grupos de mulheres, o
que, por sua vez, o levou a ser impedido de entrar alguns estados
norte-americanos. Como a Guerra Fria, Chaplin não ficou mudo diante de
injustiças cometidas em nome da luta contra o comunismo em seu país de adoção,
os Estados Unidos. Logo ele se tornou alvo dos conservadores de direita. Em
1952, o procurador-geral dos Estados Unidos anunciou que Chaplin, enquanto
navegava para a Grã-Bretanha em férias, não estava mais autorizado a voltar
para os Estados Unidos, a menos que ele pudesse provar "valor moral".
Foi o que bastou para Chaplin dizer adeus aos Estados Unidos e passou a residir
em uma pequena fazenda em Vevey, Suíça.
Oscar especial e roubo de seu corpo na Suíça
Um dia sem rir é um dia desperdiçado.
Chegando ao fim de sua vida, Chaplin fez uma última visita
aos Estados Unidos em 1972, quando ele foi premiado com um Oscar especial da
Academia de Cinema. A viagem aconteceu somente seis anos após o último filme de
Chaplin, A Condessa de Hong Kong (1966), primeiro e único filme em cores do
cineasta. Apesar de um elenco estrelado, que incluía Sophia Loren e Marlon
Brando, o filme teve resultado ruim nas bilheterias. Em 1975, Chaplin recebeu o
reconhecimento de cavaleiro da rainha Elizabeth.
Nas primeiras horas da manhã de 25 de dezembro de 1977,
Charles Chaplin morreu em sua casa em Corsier-sur-Vevey, Vaud, Suíça. Sua
esposa Oona e sete de seus filhos estavam ao seu lado no momento de sua morte.
Em uma reviravolta que poderia muito bem ter saído de um de seus filmes, o
corpo de Chaplin foi roubado pouco tempo depois do seu enterro, perto do Lago
de Genebra, na Suíça. Dois homens exigiram US$ 400 mil como resgate. Os homens
foram presos e corpo de Chaplin foi recuperado 11 semanas mais tarde.
Texto reproduzido do site: br.historyplay.tv
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