Publicado originalmente no site ZONA CURVA, em 26 de junho de
2018
Quando Sophia Loren entrou na guerra dos seios
Por Roberto Acioli de Oliveira
A indústria cinematográfica italiana se reergueu rapidamente
após o término da Segunda Guerra Mundial. Para além do movimento neo-realista
no cinema de Roberto Rossellini e alguns outros realizadores (que utilizavam
não-atores, pessoas desconhecidas do povo), cresceu a demanda por “novos
rostos” que representassem a Itália no teatro, cinema e televisão. A busca por
mulheres jovens e “bem torneadas” está na base dos concursos de beleza que
ressurgiram a partir de 1946 (no período fascista se estimulavam as competições
fotográficas em revistas) com o nome de Miss Itália (em 1947 seriam
introduzidos os maiôs nos desfiles), dando origem à moda das maggiorate fisiche
– “fisicamente bem dotadas”, aquelas cujos atributos físicos como seios grandes
poderiam abrir-lhes as portas do estrelato. Embora grande parte delas não fosse
atriz (pelo menos no início da carreira), não existe aqui nenhuma relação com a
prática neo-realista. A não ser pelo fato de que muitas delas ficaram famosas
atuando no “Neo-Realismo rosa”, filmes “água com açúcar” que articulavam a
pobreza e os temas sociais com a presença de atrizes (especialmente as
maggiorate) e atores conhecidos e/ou estrelas das telas. Na época houve alguma
crítica a essa sede da indústria por atrizes gostosas, especialmente quando se
concediam premiações por atuações consideradas medíocres – a atriz Monica Vitti
começou sua carreira como dubladora e emprestou sua voz para muitas maggiorate.
Gina Lollobrigida, Silvana Mangano, Eleonora Rossi-Drago e Silvana Papanini,
eram alguns dos nomes famosos de estrelas (personalidades das telas…) que não
sabiam atuar. Ao contrário delas, Sofia Villani Scicolone não teve tanta sorte.
Texto e imagem reproduzidos do site: zonacurva.com.br
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