O Cine Rex ficava no centro da
cidade de Aracaju-SE., na Rua Itabaianinha, onde hoje funciona uma agência do
Banco do Nordeste. O prédio do Rex tinha umas partes de alvenaria e outras de
madeira, como as paredes dos lados da sala de exibição. Era um cinema muito quente,
pois ficava do lado do sol. Suas matinês eram um forno. Lembro que ainda
criança, levado por meu pai, fui assistir a um filme de faroeste no Rex. O
cinema logo ficou lotado. Começado o filme, o calor era insuportável, a maioria
das crianças já sem camisas, muitas tiradas pelos próprios pais - o meu, quis
tirar a minha eu não deixei - gritavam, batiam palmas, os pés, torciam
enlouquecidas pelo mocinho, era como se chamavam os artistas dos filmes de ação
e aventuras naquela época. Eu ali, bem comportado, suor escorrendo pelo rosto e
as costas, junto com a camisa, já ensopadas de suor, comecei a me sentir mal e,
relutando, sem querer dizer ao meu pai, pois perder o filme nem pensar. Foi
quando meu pai pressentiu que alguma coisa estava errada, pois eu não indagava
nada do filme, perguntou se eu estava sentindo alguma coisa, e eu disse que
estava sufocado com o calor. Acho que essa foi à única vez que saí de um cinema
sem que o filme tivesse acabado. O Rex passava muitos filmes de faroeste e
seriados, quase todos em preto e branco. Havia também sessões duplas, quando
eram exibidos dois filmes de aventuras. Dos cinemas do centro que eu
freqüentei, o Rex foi o primeiro a ser fechado. Passado muitos anos,
fecharam-se os Cinemas Vitória, Aracaju, Palace e por último o Cine Rio
Branco. No final da década de 90 o
estado constrói a Rua 24 Horas e lá instala junto com um empresário do ramo, o
Cinema Vitória. Era um cinema pequenininho, que não durou muito tempo. No
momento não temos mais nenhum cinema de rua muito menos nos calçadões do
centro. Mas existe uma promessa de reativar o cinema da Rua 24 Horas, hoje
chamada de Rua do Turista. Os cinéfilos aguardam.
Armando Maynard
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