Jurandyr Noronha (1916-2015)
Jurandyr Noronha foi um cinegrafista, montador, redator,
roteirista, pesquisador e cineasta brasileiro nascido na cidade de Juiz de Fora
no ano de 1916. Trabalhou no Instituto Nacional de Cinema, na Embrafilme e em
diversas produtoras independentes.
Autor de livros como No tempo da manivela (1987), Pioneiros
do cinema brasileiro (1994) e A longa luta do cinema brasileiro, Jurandyr
Noronha também produziu curtas e médias metragens, além dos longas Panorama do
cinema brasileiro, Cômicos e mais cômicos e 70 anos de Brasil, filmes
fundamentais, de caráter documental, tendo deixado inconcluso o Dicionário dos
Imigrantes do Cinema Brasileiro. Na vasta carreira, Noronha trabalhou na
Cinédia e teve ao longo da carreira colegas de trabalho do porte de Humberto
Mauro. O cineasta Nelson Pereira dos Santos, precursor do Cinema Novo, foi dos
maiores admiradores de Jurandyr Noronha, afirmando que Jurandyr foi responsável
pela descoberta do DNA do Cinema Brasileiro. Fizeram parte da filmografia do
mestre, documentários como Panorama do cinema brasileiro (1968) e Cômicos e
mais cômicos (1971).
Em sua trajetória reuniu uma vasta documentação sobre o
cinema nacional, com produções que remontam ao ciclo dos Falantes e cantantes e
revelam toda a evolução da indústria cinematográfica no país.
Para se ter ideia da dimensão da obra do escritor e montador
de filmes mineiro, basta lembrar que foi nomeado, há dois anos, Presidente da
Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA), Noronha foi festejado
em recente mostra de cinema de Ouro Preto. Testemunha da evolução da indústria
de cinema, pois, como documentarista, teve ampla atividade em órgãos como a
Embrafilme, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) do Estado Novo e o
Instituto Nacional de Cinema.
No decorrer de sua vida, acumulou uma enorme coleção de
fotos, filmes, livros e documentos da história do cinema mundial, em que grande
parte focada no cinema nacional. Devido à sua singularidade e importância, este
acervo (chamado de Coleção Jurandyr Noronha, foi comprado pela Light e,
posteriormente, doada ao Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio de Janeiro no
ano de 1997. O acervo é constituído por documentários históricos e filmes de
ficção em 16 e 35 mm, assim como de cenas do cotidiano carioca, como a
Cinelândia em 1920, a Avenida Rio Branco, a Praia do Flamengo, Copacabana e o
Carnaval de 1940. São mais de 200 películas de filmes documentários e de
ficção, aproximadamente, quatro mil fotografias de filmes, estúdios,
equipamentos, salas de exibição e personalidades do cinema nacional e
estrangeiro, além de documentos textuais e bibliográficos.
Faleceu aos 99 anos, em decorrência de parada cardíaca, no
dia 10 de maio de 2015. Jurandyr Noronha trabalhou, incansavelmente, até seus
últimos dias como historiador do cinema brasileiro e memorialista.
Texto e imagem reproduzidos do site: historiadocinemabrasileiro.com.br
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