Antigo Cine-Theatro Rio Branco
De Redação
Imagina você passeando pela Aracaju de 1904. Você colocava
uma boa roupa e vai ao Centro da cidade, lugar dos encontros e das interações
sociais na época. Agora imagina que você está indo conferir uma invenção
recém-criada vinda do exterior que diz colocar numa tela projeções em movimento
da vida, que conta histórias e faz você ver como se estivesse dentro delas. Que
mágico! Que incrível! Que encantador!
Quando o professor Osvaldo me pediu para falar um pouco sobre o Cine Rio Branco, minha mente fértil logo pensou numa situação assim e eu fiquei maravilhada só de imaginar a magia que o cinema causava em seus primeiros anos. Se hoje ainda causa, imagina no começo do século numa pequena cidade do nordeste brasileiro?!
O responsável por toda essa magia cinematográfica na vida talvez dos nossos avós ou bisavós, antigos aracajuanos, era o CINE RIO BRANCO. Inaugurado oficialmente em abril de 1904, o Cine Rio Branco ou Teatro Carlos Gomes marcou a vida de cultura e lazer na jovem capital sergipana. Na verdade, ele era de um tudo: cinema, teatro, cassino, auditório. Já recebeu grandes filmes, grandes artistas brasileiros. Já foi um dos mais modernos do nordeste… Já foi!
Depois de tanta magia, é extremamente lamentável notar que esse lugar-marco foi tratado com tanto descaso pelo poder público, tanto abandono! Segundo o professor Ivan Valença, se fosse cuidado como merecia e estivesse ativo, o Cine Rio Branco seria o mais antigo cinema do mundo em funcionamento. DO MUNDO! Olha o potencial disso! E estava aqui, em Aracaju, em Sergipe!
É lamentável que um patrimônio como esse – que, diga-se de passagem, foi destombado – tenha sido vendido e demolido na calada da noite, sem que o defendêssemos como ele de fato merecia. Uma perda vergonhosa não só para nós sergipanos como para todo o Brasil! Sergipanos, que a gente não passe mais vergonhas desse tipo! Cuidar do nosso patrimônio histórico é resguardar a memória dos nossos antepassados, desvendar ela em nosso tempo e encaminhá-la aos que virão! Lembremos disso!
Por Anne Samara
Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br
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